Atuação Profissional

professora

Organização

Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares)

Filiação

Naly Ruth Salgado Nóbrega e Gorgônio Nóbrega

Data e Local de Nascimento

30/7/1947, Natal (RN)

Data e Local de Morte

29/3/1972, Rio de Janeiro (RJ)

Lígia Maria Salgado Nóbrega

Lígia Maria Salgado Nóbrega

Lígia Maria Salgado Nóbrega foi militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e é uma das vítimas da Chacina do Quintino. Nascida no Rio Grande do Norte, foi para São Paulo ainda pequena. Em 1967 entrou para o curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo (USP), e em 1970 já militava na VAR-Palmares.

Essa organização, junto com a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), teria sido autora do assassinato do marinheiro inglês David Cuthberg, que se encontrava no país com uma força-tarefa da Marinha Britânica, em fevereiro de 1972. As forças de repressão identificaram Lígia como uma das integrantes do grupo responsável pela ação.

Um mês depois, os órgãos repressivos realizaram um cerco na casa 72, na avenida Suburbana, nº 8695, no bairro de Quintino, Zona Norte do Rio de Janeiro. A repressão teria a informação de que ali se escondia um dos principais chefes da VAR-Palmares, James Allen da Luz, companheiro de Lígia, de quem estava grávida de dois meses.

Segundo a versão oficial do Dops, os agentes de segurança foram recebidos à bala ao entrar no aparelho e, em legítima defesa, revidaram. Investigações recentes da Comissão Estadual da Verdade do Rio reforçam outra versão para as mortes de Lígia e de outros dois militantes que estavam na casa, Antônio Marcos Pinto de Oliveira e Maria Regina Lobo Leite de Figueiredo. O laudo cadavérico dos militantes não atestou a presença de pólvora em suas mãos, o que refuta a tese de confronto.

A isso se somam documentos e depoimentos de vizinhos que afirmam que os militantes não ofereceram resistência. Eles declararam à comissão que os tiros não partiam de dentro da casa e que os policiais, ao entrarem na vila, pediram aos moradores que fizessem silêncio e se escondessem embaixo da cama. O legista que realizou as necropsias, afirmou à comissão que seus laudos foram alterados e que os corpos tinham sinais não só de execução, mas de tortura, como hematomas e coronhadas.

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