Contexto sobre o noticiário
Paulo Malhães, um coronel reformado do Exército, descreveu com detalhes à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro as torturas e o que foi feito com o corpo do deputado cassado Rubens Paiva, que está desaparecido desde 1971. Exatamente um mês depois de dar esse depoimento, Malhães foi assassinado. Até o momento sua morte está sendo investigada e a maior suspeita é de que seja “queima de arquivo”, ou seja, de que ele tenha sido assassinado por antigos colaboradores da ditadura por revelar essas informações.
Veja a notícia no Jornal Nacional
Veja a notícia da Folha de S. Paulo
A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro apresentou provas de que o militante Raul Amaro Nin Ferreira foi torturado até a morte dentro do Hospital Central do Exército. Foi a primeira vez que se conseguiram provas que atestam tortura dentro de um centro hospitalar no Brasil.
Veja a notícia do jornal O Globo
Veja a notícia na revista Carta Capital
Veja a notícia no site da Comissão Nacional da Verdade
A estilista Zuzu Angel era mãe de Stuart Edgar Angel Jones, militante do grupo de luta armada MR-8. Stuart foi preso em 1971 e continua desaparecido até hoje. Durante a ditadura, Zuzu lutou para obter informações sobre seu filho. Ela morreu num acidente de carro armado por agentes da ditadura, em 1976. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade recebeu fotos onde aparece na cena do acidente um coronel do exército, Freddie Perdigão. Para a CNV, a imagem é importante pois comprova que a ação foi planejada pela ditadura.
Veja notícia no site da Folha de S. Paulo
Veja outra notícia no site da Folha de S. Paulo
Veja a notícia no site da Comissão Nacional da Verdade
Em 2012 começaram a ser realizados “escrachos” no Brasil. Os escrachos daqui foram inspirados no “escraches” argentinos e nas “funas” chilenas. Nos dois países vizinhos, há muito tempo, militantes de direitos humanos e familiares de desaparecidos políticos realizavam atos e caminhadas até a casa de torturadores da ditadura impunes para mostrar aos vizinhos quem eram aquelas pessoas. Aqui no Brasil, a Frente de Esculacho Popular e o Levante Popular da Juventude realizam ações semelhantes, denunciando pessoas que torturaram, assassinaram e praticaram graves violações de direitos humanos e que, no entanto, continuam impunes, sobretudo por conta de Lei de Anistia, de 1979. Desde 2012 foram diversas as ações organizadas pelos dois grupos de jovens.
Leia aqui uma matéria geral sobre o sentido dos escrachos
Leia aqui as matérias sobre o escracho contra Harry Shibata, médico legista que atuou durante a ditadura:
Leia aqui a matéria sobre o escracho contra Homéro César Machado, torturador
Leia aqui as matérias sobre o escracho realizado contra a Fiesp e o Banco Itaú, em mais uma ação da Frente de Esculacho Popular, desta vez denunciando a participação de empresas e sociedade civil no apoio à ditadura:
No jornal O Estado de S. Paulo
Imagens do jornal O Estado de S. Paulo
Leia aqui matérias sobre o escracho contra Carlos Alberto Augusto, que foi um torturador e se tornou, em 2013, delegado de polícia na cidade de Itatiba, no interior de São Paulo:
João Goulart, o presidente deposto pelo golpe militar em 1964 morreu no exílio, em 1976. Até este ano, sua morte era permeada de mistério. O corpo do presidente deposto foi exumado e seus restos mortais foram analisados, pois havia a suspeita de que ele tivesse sido envenenado. Em dezembro de 2014 o resultado da análise não detectou qualquer sinal de envenenamento, mas as investigações devem continuar. Veja as matérias abaixo:
No blog do jornalista Mário Magalhães
Em junho de 2014, a Comissão Nacional da Verdade recebeu do governo dos Estados Unidos documentos daquele país referentes à cooperação e apoio que eles deram à ditadura aqui no Brasil e ao golpe. Os documentos foram tornados públicos pela CNV. Meses antes, o jornalista Elio Gaspari havia disponibilizado em seu site, um áudio de Kennedy falando com o então embaixador dos EUA no Brasil, Gordon, sobre uma possível intervenção militar no país.
Matéria sobre os documentos no site da CNV
Depois da morte de Paulo Malhães, já citada acima, diversos documentos até agora desconhecidos foram apreendidos em sua casa pelo Ministério Público Federal. Dentre esses documentos, estão alguns que falam de suas viagens secretas e da chamada Operação Gringo, que comprova como os setores de inteligência das ditaduras latino-americanas trabalham entre si. Nunca antes de revelados esses documentos houvera uma prova tão clara da existência da chamada Operação Condor. Veja as matérias abaixo, todas sobre diferentes assuntos relacionados à Operação Gringo:
Cooperação entre as ditaduras latino-americanas
Viagens secretas de Paulo Malhães