Por que no Brasil os negros ativistas não eram considerados presos políticos? Rafael Pinto narra uma visita que fez a seu primo na prisão quando tinha 18 anos, durante a Ditadura, e como percebeu ali o racismo na diferenciação entre os espaços destinados a  brancos e negros.

Rafael nasceu em 28 de abril de 1949, em São Paulo. Foi criado no bairro do Ipiranga, mas sua família é proveniente do Bixiga, onde se acostumaram a viver em meio às festas, com muita música, principalmente o samba. Trabalhou como engraxate, e por isso, ficou conhecido como “xuxa”. Para poder estudar, investe na Guarda Civil, trabalhando um tempo nela, mas o seu envolvimento com o Movimento Negro e a sua entrada no curso de Ciências Sociais na USP o levam para outros rumos. Ao longo dos anos 70, se envolve com o teatro experimental de rua e mais tarde, acaba fazendo pontas em filmes importantes do cinema nacional. Trabalhou na Febem por 20 anos, e depois, no Banespa.

Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/o-sentimento-de-luta-nasce-ao-ouvir-martin-luther-king-208525/colecao/208523

Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer

_____Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523

Uma amiga de Risomar deu um desenho que fez para um aluno delas, um retrato do Che Guevara. O aluno foi procurado pelo DOPS, teve sua casa revirada e parou de ir à escola. Risomar e sua colega de profissão quase se envolveram numa enrascada, quando policiais do DOPS visitaram o Colégio.

Risomar é recifense, nascida no carnaval de 1944. Como seu pai foi oficial do exército brasileiro, foi criada em uma Vila Militar em Pernambuco. Apesar da austeridade do ambiente, ela nunca a sentiu: em meio à natureza, gostava de cantar, de se imaginar como uma atriz de cinema, de devorar os livros e de escrever poesias. Quando o seu pai se torna tenente, é transferido para Osasco, em São Paulo, trazendo toda a família. A vida de Risomar muda bastante. Ela continua os seus estudos, cursa o magistério, casa e descasa, tem um filho e, nesse período, sua carreira de professora se inicia. Em Quitaúna, acabou lecionando em uma sala de militares, justamente quando o regime militar estava em seu ápice. Chegou a participar de movimentos estudantis contra a ditadura e viu alguns de seus amigos serem presos. Nessa época, ela se formou em Letras pela USP e continuou lecionando até se aposentar. Hoje, ela escreve, 

e chegou a receber um prêmio de literatura por uma autobiografia. Risomar ainda sonha em publicar seus livros e poemas.

Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/tenho-esperanca-e-gosto-de-conviver-com-a-juventude-208748/colecao/208523

Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer

_____Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523

“Não tinha nada a ver com comunistas, até porque tinham o apoio da Igreja Católica”, conta Roberto quando fala das greves operárias de São Paulo e do ABC  no início dos anos 1980. A inflação era alta, sem reajuste os salários perdiam o poder de compra e o movimento tinha o apoio da população. 

Roberto nasceu em Guaraci, interior de São Paulo, em uma família de imigrantes italianos. Ia para escola a cavalo em Fernandópolis e nessa época, final dos anos 60, ouvia as notícias sobre os movimentos estudantis na rádio e via cartazes pela cidade procurando por “terroristas”. Aos 15 anos, foi para o colégio interno em Votuporanga cursar o técnico agrícola. Quando formado, veio para a capital e tornou-se escriturário do Banorte e, depois, do Banco do Nordeste. Lá pelos seus 30 anos de idade, ingressou no Sindicato dos Bancários e ajudou a organizar a paralisação dos bancários de 1985, alcançando mudanças trabalhistas para a classe. Depois de se casar e ter filhos, aos 50 anos, escreveu livros e cursou Letras na USP.

Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/ligeiramente-atrasado-e-totalmente-desarmado-208286/colecao/208523

Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer

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Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523

“A inflação subiu muito e as pessoas não conseguiam mais comprar comida”, conta Rosane, quando lembra do  seu envolvimento no Movimento Contra Carestia, que foi “basicamente tocado por mulheres pobres”, criado em 1972 dentro das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. 

Rosane é curitibana, nascida em 1942, de um pai proveniente de uma família influente na cidade, mas que se separou da sua mãe quando ela ainda era bebê, reaparecendo apenas quando já era adulta. Na juventude, ingressou no curso de Ciências Sociais na UFPR e já nas primeiras escolas em que deu aula, notou que os alunos viviam em situações precárias. Começou a propor mudanças e foi tachada de “comunista” por isso. Na faculdade, passa a militar pelo Juventude Universitária Católica e quando acontece o golpe de 64, passa a integrar o Ação Popular de contraposição ao regime. Nessa época, está fazendo pós-graduação em Sociologia na FFLCH na Maria Antônia. Mesmo não tendo participado diretamente da luta armada, fez parte do PRT, e acabou sendo presa por duas vezes. Foi professora de Educação Moral e Cívica, desconstruindo todos os valores que essa disciplina propunha e causando verdadeiras revoluções pelas escolas onde passou. Mestra em Ciências Políticas, foi professora na UNESP e na PUC-SP. Nos anos 70, se envolveu com os movimentos sindicais do período. Ao fim do regime, se manteve na luta por educação na FEBEM – inclusive sendo essa a matéria de sua tese de mestrado. Atualmente está aposentada, mas ainda se sente com esperanças e forças para seguir na luta.

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Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer

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Walderez não sabia que seus filhos só frequentavam a escola porque a coordenadora, Tia Carminha, decidiu peitar mães e pais de alunos que eram contra o fato dela deixar “os filhos do Plínio Marcos” estudarem lá: “Ali era um fato humano, estavam querendo mexer com crianças que não tem nada a ver com a Ditadura, (…) se o pai escreve palavrão ou peça pornográfica”.  

Walderez nasceu em Ribeirão Preto nos anos 40, em uma família de ascendência italiana e espanhola, repleta de histórias melodramáticas, de onde ela diz ter herdado aptidão para a atuação. Foi criada para ser uma dona de casa, mas queria estudar e fez os pais virem para São Paulo. E conseguiu! Entrou na Faculdade de Filosofia, na Maria Antônia, em plenos anos 60. Imagina uma mocinha do interior que fica encantada com aquela efervescência e mergulha em uma vida de passeatas e discussões. Era ela. No meio de tudo isso, conhece Fauzi Arap e é convidada para integrar o CPC, aí começa a sua vida artística. Nesse período, conhece Plínio Marcos e se casam. Era ditadura e diversas peças do marido foram censuradas, chegaram a passar dificuldades financeiras por causa disso, além do medo de serem mortos a qualquer momento, assim como muitos de seus amigos. Estreou na TV Tupi na novela de sucesso Beto Rockfeller. Enquanto a sua carreira ascendia, Plínio foi preso por diversas vezes. Walderez precisava correr para descobrir onde ele estava e usar as pessoas influentes que conhecia pra tentar resgatá-lo. Apesar de desencantada com o retorno de alguns discursos que tanto ela lutou pra combater, se considera uma romântica, assim como aprendeu a ser com a sua família.

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Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer

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