A partir de 1976, o presidente Ernesto Geisel decidiu controlar de maneira mais direta os “porões da repressão”, dentro da estratégia de preparar o regime para uma futura transição para um governo civil. Mas, durante esse período chamado de “abertura”, registrou-se uma atividade terrorista de direita. Uma sequência de atentados à bomba contra pessoas, órgãos da imprensa, livrarias, universidades e instituições identificadas com a oposição, marcaram a escalada de violência de direita.
Autor: Andre Deak
Os militares no poder procuraram sempre atuar a partir de uma “legalidade autoritária”. Mas para combater qualquer um que contestasse o regime mais diretamente, os chamados “subversivos”, não deveria haver limite jurídico, ético ou moral. Assim, principalmente a partir de 1968, o Estado brasileiro patrocinou uma repressão ao mesmo tempo legal e ilegal, baseada em censura, vigilância, tortura sistemática, prisões ilegais e desaparecimentos.
O sucesso da Revolução Cubana e a aproximação do país com a União Soviética acirraram a luta dos Estados Unidos contra o comunismo na América Latina, resultando em golpes militares em diversos países. Para integrar a repressão a movimentos guerrilheiros e a opositores das ditaduras em geral, foi criada a Operação Condor, que aprofundou a cooperação entre as forças de segurança das várias ditaduras latino-americanas, entre elas, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai.
Já imaginou viver num mundo bipolar, dividido entre países capitalistas e comunistas, em constante disputa entre eles? Pois saiba que já foi assim, e não faz muito tempo. E isso teve muita influência sobre o golpe militar e a ditadura no Brasil (e em outros países da América do Sul). Os Estados Unidos apoiaram golpes contra governos eleitos pelo voto e também pressionaram os países a lutar contra o comunismo na região.
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