Luiz Eurico Tejera Lisbôa

Luiz Eurico Tejera Lisbôa

Primogênito de sete irmãos, sendo um deles o músico Nei Lisboa, iniciou sua militância política na Juventude Estudantil Católica. Integrou o Partido Comunista Brasileiro (PCB), a Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares (VAR-Palmares) e a Ação Libertadora Nacional (ALN). Estudou no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, centro da efervescência do movimento estudantil secundarista, onde fez parte do Grêmio Estudantil e acabou expulso, junto com outros colegas, por motivos políticos.

Mudou-se para Santa Maria e foi membro da diretoria da União Gaúcha dos Estudantes Secundários. Em 1969, casou-se com Suzana Keniger Lisboa e começou a trabalhar como escriturário no Serviço Nacional de Indústrias (Senai). Porém, em outubro do mesmo ano, foi condenado à revelia a seis meses de prisão com base na Lei de Segurança Nacional, o que levou o casal a optar pela clandestinidade.

Esteve algum tempo em Cuba, retornando ao Brasil em 1971, na tentativa de reorganizar a ALN em Porto Alegre. Foi preso em circunstâncias desconhecidas em São Paulo, na primeira semana de setembro de 1972, e está desaparecido desde então. Supõe-se que tenha morrido poucos dias depois, sob tortura, aos 24 anos de idade.

Somente em junho de 1979, o Comitê Brasileiro pela Anistia conseguiu localizar o corpo de Luiz Eurico, enterrado com o nome de Nelson Bueno, no Cemitério Dom Bosco, em Perus, São Paulo. Dentre os desaparecidos políticos do período da ditadura militar, ele foi o primeiro cujo corpo foi encontrado.

Pouco depois, uma foto de Luiz Eurico foi capa de várias revistas nacionais, e a carta escrita por sua mãe, Clélia Tejera Lisboa, com o título “Não choro de pena de meu filho”, tornou-se um símbolo da luta pela anistia e pelo reconhecimento da existência dos desaparecidos políticos no Brasil. Em 1993, a Editora Tchê, em parceria com o Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul, publicou o livro “Condições ideais para o amor”, com poesias e cartas de Luiz Eurico Tejera Lisboa e depoimentos de pessoas que o conheceram. Em junho de 2013, um laudo da Comissão Nacional da Verdade refutou a versão oficial de que Luiz Eurico tinha cometido suicídio.

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