Atuação Profissional
estudante universitárioOrganização
Movimento de Libertação Popular (Molipo)Filiação
Maria Helena Dias Fleury e Hermano Pires Fleury JuniorData e Local de Nascimento
5/1/1945, São Paulo (SP)Data e Local de Morte
10/12/1971, Rio de Janeiro (RJ)Carlos Eduardo Pires Fleury morreu no Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1971, em circunstâncias ainda pouco esclarecidas.
De acordo com a versão oficial dos fatos apresentada pelos órgãos de repressão, Carlos teria morrido após ser atingido por disparo de arma de fogo, durante um confronto armado com agentes do Estado ocorrido nas proximidades do bairro do Méier, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O suposto confronto teria resultado da tentativa de fugir, após Carlos ter sido abordado por agentes do Departamento de Ordem Política e Social do Estado da Guanabara (DOPS-GB).
O corpo de Carlos Eduardo foi levado ao Instituto Médico-Legal do estado de São Paulo (IML/SP), registrado com o nome de Nelson Meirelles Riedel. De acordo com o laudo de necropsia, Carlos foi “encontrado morto no interior de um veículo com um tiro”. Entretanto, a análise do laudo de necropsia e das fotografias da perícia de local demonstrara que Carlos apresentava marcas de algemas nos pulsos, o que indica que foi preso antes de ser morto. Além disso, dos 12 tiros que recebeu, todos são frontais, o que contraria a versão de que teria sido alvejado no interior de veículo e com um único tiro fatal.
Carlos Eduardo Pires Fleury morreu em decorrência de ação de agentes do Estado brasileiro. Seus restos mortais foram enterrados no cemitério da Consolação, em São Paulo.
Diante das investigações realizadas, conclui-se que Carlos Eduardo Pires Fleury morreu em decorrência de ação perpetrada por agentes do Estado brasileiro, em contexto de sistemáticas violações de direitos humanos promovidas pela Ditadura Militar, implantada no país a partir de abril de 1964.
Recomenda-se a retificação da certidão de óbito de Carlos Eduardo Pires Fleury, assim como a continuidade das investigações sobre as circunstâncias do caso para a identificação e responsabilização dos demais agentes envolvidos.
O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.