Antonio Delfim Netto, economista formado pela USP em 1951, foi ministro da Fazenda dos governos militares de Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1969-1973), e ministro da Agricultura do governo Figueiredo (1979-1984), gestão durante a qual também foi secretário do Planejamento, controlando o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central. Além disso, foi integrante do Conselho Consultivo de Planejamento do governo Castelo Branco (1964-1967). É lembrado, ainda, por ter sido um dos signatários do Ato Institucional Nº 5, de dezembro de 1968, medida que endureceu o regime militar.
Sua gestão no Ministério da Fazenda foi marcada por um período de desenvolvimento econômico internacional, com muita facilidade de empréstimos, que no Brasil ficou conhecido como os anos do “milagre econômico”. Entre 1968 e 1973, o país vivenciou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de em média 11%, queda da inflação e aumento do poder aquisitivo do empresariado e da classe média, fator que possibilitou o aumento do consumo e da produção de bens duráveis, especialmente eletrodomésticos e automóveis. No final desse período, no entanto, com a volta da inflação, a dívida externa brasileira triplicou entre 1967 e 1972 e a concentração de renda se agravou, prejudicando a camada mais pobre da população.
Durante o governo Geisel (1974-1979), foi embaixador brasileiro na França. Ao assumir a Secretaria de Planejamento, em 1979, as condições da economia já não eram tão favoráveis. Os últimos anos da ditadura ficaram marcados pelo declínio da economia brasileira e pela explosão da dívida externa. Em 1983, Delfim conseguiu um empréstimo de U$ 6,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 1986, foi eleito deputado pelo PDS. No ano seguinte, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Foi reeleito deputado federal em 1990 e 1994 pelo PPR. Atualmente, escreve para o jornal “Folha de S. Paulo” e para a revista “Carta Capital”, e dá aulas como professor catedrático da Faculdade de Economia e Administração da USP.