Foi um tenente reformado da PM, assassinado em agosto de 1975, no DOI-Codi, um mês após sua prisão. Em julho daquele ano, Almeida foi preso junto com outros 63 policiais militares, acusados de serem comunistas. Era diretor do Clube dos Oficiais da Reserva, uma espécie de sindicato de policiais, e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sua prisão, tortura e morte fizeram parte da Operação Radar, ofensiva do Exército para dizimar o PCB. A cena de sua morte, alegada como suicídio, foi montada, assim como aconteceria, no mesmo local, meses depois, com o jornalista Vladimir Herzog.
O corpo de Almeida foi entregue à família num caixão lacrado e ele foi velado com honras de policial. No laudo da autópsia, assinado pelos médicos legistas Harry Shibata e Marcos Almeida, a causa mortis consta como asfixia mecânica. O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh entrou com uma representação contra os dois legistas no Conselho Regional de Medicina, mas o processo foi arquivado. O advogado também entrou com um pedido na Auditoria Militar para que um inquérito fosse aberto. Porém, isso nunca foi feito.
O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.