Ele tinha 14 anos quando começou a trabalhar como operário na Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma), ao mesmo tempo em que estudava no Ginásio Estadual de Presidente Altino. Aos 18, em 1965, fundou ilegalmente a primeira comissão de fábrica, na Cobrasma, experiência que serviria de base para a reorganização, dois anos depois, do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Osasco, até então na ilegalidade. Em julho de 1968, liderou a primeira greve de trabalhadores durante a ditadura militar no Brasil, por melhores condições de trabalho e contra a política de arrocho salarial imposta pelos militares.
Além dos trabalhadores da Cobrasma, operários das empresas Braseixos, Barreto Keller, Granada, Brown Boveri e Lanoflex aderiram ao movimento grevista. Ao todo, 22 mil trabalhadores participaram da paralisação. Ibrahim tinha apenas 21 anos de idade na época em que comandou a greve. Foi demitido e, com os direitos políticos cassados, caiu na clandestinidade e passou para a militância armada, ingressando na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
A VPR o destacou para São Paulo, onde trabalhou na organização sindical entre Osasco e São Paulo, até que em 1969 foi preso e levado ao DOI-Codi, onde foi torturado. Em setembro do mesmo ano, com o desfecho do sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick, foi um dos 15 presos políticos libertados. Permaneceu no exílio por dez anos, vivendo no México, em Cuba e no Chile.
Em 1979, com a anistia aos perseguidos políticos da ditadura, Ibrahim retornou ao Brasil e foi um dos articuladores da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983. Em 1991, Ibrahim participou da criação da Força Sindical e posteriormente, ao se desentender com a cúpula da Força Sindical, filiou-se à União Geral dos Trabalhadores (UGT), onde tornou-se secretário de Formação Política. Ibrahim faleceu aos 66 anos.