Por meio do diário de Luiz Renato sabe-se que no dia 1o de setembro o brasileiro e Antero Callapiña Hurtado tentaram atravessar o rio Mapiri, na Bolívia, e se perderam do restante do grupo da ELN em meio às montanhas bolivianas. Permaneceram perdidos por quase um mês, sem acesso a alimentos – como consta no diário de Luiz Renato. iii Daniel Cassol, em sua pesquisa sobre Pires de Almeida, ouviu um camponês do povoado de Yaycurá que o relatou que no dia 26 de setembro de 1971 dois guerrilheiros estavam no povoado de Masapa, em “muito más condições”. Ao buscarem ajuda na região de Mapiri, ofereceram à barqueiros relógios e dinheiro para que os levassem a algum lugar não patrulhado pelos militares. iv Após o recebimento do pagamento, os barqueiros os largaram em Masapa, a 20 quilômetros do acampamento do camponês entrevistado por Daniel Cassol. Luiz Renato e Antero Hurtado foram presos e levados ao acampamento militar de Yaycurá no dia 2 de outubro. A transferência dos presos para o povoado de San Jorge era aguardada no dia seguinte. Porém, às onze horas e vinte e cinco minutos do dia 2 de setembro, segundo o camponês ouvido por Cassol, Antero tentou fugir e foi ferido por um militar. Luiz Renato, desesperado, pediu que não o matassem, sendo também ferido por um disparo. Feridos, foram executados pelos soldados bolivianos que os feriram.
Diante das investigações realizadas, conclui-se que o governo brasileiro não teve participação direta na morte do brasileiro em solo boliviano, porém tinha conhecimento de que Luiz Renato Pires de Almeida encontrava-se naquele país e se omitiu de qualquer tentativa de esclarecimentos sobre sua morte. Recomenda-se a realização de gestões junto ao governo boliviano no sentido de se tentar obter acesso a arquivos militares sobre o caso, assim como a localização e identificação de seus restos mortais.