Uma amiga de Risomar deu um desenho que fez para um aluno delas, um retrato do Che Guevara. O aluno foi procurado pelo DOPS, teve sua casa revirada e parou de ir à escola. Risomar e sua colega de profissão quase se envolveram numa enrascada, quando policiais do DOPS visitaram o Colégio.
Risomar é recifense, nascida no carnaval de 1944. Como seu pai foi oficial do exército brasileiro, foi criada em uma Vila Militar em Pernambuco. Apesar da austeridade do ambiente, ela nunca a sentiu: em meio à natureza, gostava de cantar, de se imaginar como uma atriz de cinema, de devorar os livros e de escrever poesias. Quando o seu pai se torna tenente, é transferido para Osasco, em São Paulo, trazendo toda a família. A vida de Risomar muda bastante. Ela continua os seus estudos, cursa o magistério, casa e descasa, tem um filho e, nesse período, sua carreira de professora se inicia. Em Quitaúna, acabou lecionando em uma sala de militares, justamente quando o regime militar estava em seu ápice. Chegou a participar de movimentos estudantis contra a ditadura e viu alguns de seus amigos serem presos. Nessa época, ela se formou em Letras pela USP e continuou lecionando até se aposentar. Hoje, ela escreve,
e chegou a receber um prêmio de literatura por uma autobiografia. Risomar ainda sonha em publicar seus livros e poemas.
Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/tenho-esperanca-e-gosto-de-conviver-com-a-juventude-208748/colecao/208523
Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer
_____Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523