Atuação Profissional

estudante

Organização

Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Filiação

Odila Mendes Pereira e José Pereira

Data e Local de Nascimento

6/4/1950, Monte Belo (MG)

Data e Local de Morte

Desaparecimento em 13/6/1974, Cemitério de Xambioá (TO) ou 23° Batalhão de Infantaria da Selva, Marabá (PA) ou Base militar de Xambioá (TO)

Áurea Eliza Pereira

Áurea Eliza Pereira

Os últimos registros sobre Áurea Eliza Pereira no Relatório Arroyo remontam ao dia 25 de dezembro de 1973, aproximadamente a um quilômetro do acampamento onde ocorreu o Chafurdo de Natal.

 

Na ocasião, ela estava acompanhada do guerrilheiro Pedro Alexandrino de Oliveira Filho quando encontrou outros companheiros e relatou ter ouvido um tiroteio e helicópteros na direção do acampamento. O grupo decidiu, então, afastar-se do local. No relatório do Centro de Informações do Exército (CIE), do Ministério do Exército, consta que Áurea teria sido presa em 30 de abril de 1974, e depoimentos de moradores da região indicam a passagem de Áurea por órgãos da repressão, sem haver, contudo, uma versão conclusiva sobre seu paradeiro.

 

Segundo depoimento do ex-militante do PCdoB Amaro Lins, elencado pelo livro “Dossiê Ditadura”, Áurea teria sido vista com vida no 23° Batalhão de Infantaria da Selva, em Marabá (PA), no início de 1974. Amaro, que estava preso no local, relata ter ouvido um policial dizer à guerrilheira que ela iria “viajar” – o que significaria ser executada. Já uma moradora de Xambioá, mencionada pelo Relatório da CEMDP, alegou que Áurea teria sido vista morta na delegacia da cidade, e seu que corpo teria sido enterrado no cemitério de Xambioá. O ex-guia do Exército Pedro Ribeiro Alves também declarou tê-la visto na cidade de Xambioá, mas em seu depoimento ao MPF, citado pelo “Dossiê Ditadura”, afirmou que a viu chegar viva e de helicóptero no acampamento do Exército nesta cidade.

 

De acordo com o livro da CEMDP, o Relatório do Ministério Público Federal de 2002 concluiu que Áurea teria sido “presa, junto com Batista”, camponês que se juntou à guerrilha, “na casa de uma moradora da região, onde iam comer diariamente” e levada à base de Xambioá. Em consonância com esta versão, o “Dossiê Ditadura” menciona o depoimento do ex-guia do Exército Sinézio Martins Ribeiro ao MPF e o relato de Raimunda Pereira Gomes publicado na obra “Vestígios do Araguaia”. Sinézio afirmou que soube, por outros guias, que eles teriam prendido Áurea e Batista na casa de Petronilha Ferreira dos Santos, após a camponesa tê-los denunciado. Os guias teriam os conduzido à casa de Arlindo e os entregado aos militares, que os levaram a Xambioá. Sinézio alegou não ter visto Áurea com vida neste local.

 

Neste sentido, Raimunda Gomes – filha de Petrolina – confirmou que os dois guerrilheiros iam rotineiramente à sua casa para se alimentar e que sua mãe os entregou por medo aos militares. Raimunda corroborou que Áurea e Batista teriam sido presos em sua casa. Por fim, o relatório do Ministério da Marinha, encaminhado ao ministro da Justiça Maurício Corrêa em 1993, assenta que a guerrilheira teria sido morta em 13 de junho de 1974.

Sobre
Saiba mais sobre o projeto, realizadores e seus objetivos.
Apoio ao Educador
Aplique o conteúdo sobre a ditadura no Brasil na sala de aula para ampliar o estudo da História do Brasil e a formação da cidadania com o suporte de sequências didáticas e a promoção do protagonismo dos alunos. Consulte sequências didáticas que poderão auxiliar os educadores a trabalharem o tema da ditadura militar brasileira em sala de aula.
Projetos
Visite a galeria de projetos especiais realizados pelo Instituto Vladimir Herzog na promoção da Memória, Verdade e Justiça no Brasil, e na difusão de histórias inspiradoras de luta.
Acervo
Explore uma diversidade de conteúdos relacionados ao período da ditadura militar brasileira que ocorreu entre 1964 e 1985.
Memória Verdade e Justiça
Os direitos da Justiça de Transição promovem o reconhecimento e lidam com o legado de atrocidades de um passado violento e de um presente e futuro que precisam ser diferentes, para que se possa dizer: “nunca mais!”. Conheça algumas medidas tomadas pelo Estado e sociedade brasileiros para lidar com o que restou da ditadura de 1964.
Cultura e Sociedade
Apesar do conservadorismo e da violência do regime, a produção cultural brasileira durante a ditadura militar se notabilizou pelo engajamento político e desejo de mudança. Conheça um pouco mais sobre as influências do período em diversos setores da sociedade.
Repressão e Resistência

O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.