Celso Furtado

Celso Furtado

Economista brasileiro, intelectual cassado em 1964 e exilado do país, Celso Furtado deixou uma marca inestimável no pensamento social contemporâneo. Produziu muito e incansavelmente, durante seis décadas. Seu pensamento econômico ainda é bastante atual, sendo seu livro “Formação Econômica do Brasil” (1959) considerado um dos mais importantes da história econômica do país.

Estudou e refletiu sobre o desenvolvimento, o planejamento, as políticas econômicas, e as questões regionais nordestinas. Revisou a história política econômica latino-americana, numa obra que atualmente é indispensável na formação de economistas e cientistas sociais da região.

Mas sua contribuição não foi puramente teórica. Ele também colocou em prática suas ideias, em diferentes ocasiões. Foi o primeiro superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), órgão que ele ajudou a criar no governo de Juscelino Kubitschek, foi ministro do Planejamento no governo João Goulart e ministro da Cultura no governo José Sarney.

Em 1939, foi para o Rio de Janeiro, onde estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Logo depois, foi convocado para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e servir na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Ingressou no curso de doutorado em Economia na Universidade de Sorbonne em Paris, em 1946, onde defendeu a tese “A economia brasileira no Período Colonial”.

De volta ao Brasil, trabalhou na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 1949, passou a fazer parte da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), onde foi nomeado diretor de Desenvolvimento. Participou da elaboração de um trabalho que serviria de base para o Plano de Metas, estabelecido pelo governo de Juscelino Kubitschek. Em 1960, foi nomeado superintendente da Sudene, e dois anos depois assumiu o Ministério do Planejamento, no governo de João Goulart.

Mas o primeiro Ato Institucional, publicado três dias depois do golpe militar, cassou seus direitos políticos por uma década, dando início novamente a seus anos de exílio. Viveu primeiro no Chile e depois nos Estados Unidos. Esse período foi o mais fértil de sua produção acadêmica. Em junho de 1968, voltou ao Brasil pela primeira vez após sua cassação, a convite da Câmara dos Deputados.

Depois da anistia, retornou várias vezes ao país. Em 1986, tornou-se ministro da Cultura no governo Sarney, criando a primeira legislação de incentivo à cultura. Em 1999, seu livro “O capitalismo global” ganhou o Prêmio Jabuti, na categoria Ensaio.

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