Atuação Profissional
operário metalúrgicoOrganização
Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT)Filiação
Esther Campos de Carvalho e Ely José de CarvalhoData e Local de Nascimento
15/7/1943, Muriaé (MG)Data e Local de Morte
entre 5/4/1971 e 7/4/1971, São Paulo (SP)Devanir José de Carvalho era operário, sindicalista e militante do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), grupo que defendia a ação armada contra a ditadura. Ainda jovem, participou de greves na região do ABC paulista, onde trabalhava e teve seus primeiros contatos com a política. Em 1967, juntou-se à Ala Vermelha, dissidência do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Em 1969, deixou essa organização para fundar o MRT.
Recebeu treinamento para guerrilha na China, além de participar de inúmeras incursões contra o Estado. Esteve envolvido no sequestro do cônsul-geral do Japão em São Paulo (SP), Nobuo Okuchi, em março de 1970, quando cinco prisioneiros políticos e três crianças foram trocados pelo diplomata.
Tinha 28 anos, no dia 5 de abril de 1971, quando foi sequestrado no bairro do Tremembé, em São Paulo (SP), e levado ao Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops). Lá, foi torturado pelo delegado Sérgio Fleury e sua equipe, até que dois dias depois morreu em decorrência das violações sofridas. Os nomes do capitão Ênio Pimentel Silveira e de outros agentes policiais aparecem com participação ativa em sua morte. Acredita-se na possibilidade de o delito ter sido supervisionada por Claris Rowney Halliwell, cônsul dos EUA em São Paulo na ocasião.
No laudo de sua necropsia, assinado pelos legistas João Pagenotto e Abeylard de Queiroz Orsini, constava que Devanir teria sido morto em tiroteio com a polícia, no próprio dia 5 de abril, quando foi levado ao Deops. Nunca foram encontradas as fotos que comprovassem tal versão. Em 29 de fevereiro de 1996, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), declarou que ele havia morrido em decorrência de tortura.
Seus restos mortais não foram recuperados, já que familiares foram ao exílio para escapar da repressão. Há dúvidas se o corpo de Devanir teria sido sepultado no Cemitério da Vila Formosa ou em alguma vala clandestina do Cemitério de Perus, ambos em São Paulo (SP).
Hoje, em sua homenagem, levam o nome de Devanir uma escola pública estadual, no município de Diadema (SP), região do ABC, onde iniciou a sua trajetória política, e uma rua no bairro das Indústrias em Belo Horizonte (MG), capital do estado onde nasceu.
O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.