Ricardo Zarattini Filho é engenheiro e ex-deputado federal. Iniciou sua militância política quando ainda era secundarista. Aos 16 anos, participou da campanha “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petrobras. Foi também presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo.
Em 1964, no início da ditadura militar, Zarattini trabalhava como engenheiro no Nordeste e atuava na reorganização do movimento canavieiro. Em 1968, integrava o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Preso três dias antes da decretação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), foi torturado e permaneceu no Quartel Dias Cardoso (PE), onde fez amizade com alguns soldados e passou a lecionar para eles.
Em 1969, conseguiu fugir com a ajuda dos soldados. Ficou escondido em Pernambuco por um mês, com o auxílio de Dom Hélder Câmara, e depois se dirigiu a São Paulo, onde foi preso pela Operação Bandeirante (Oban). Sofreu torturas por 14 dias seguidos. Sua libertação ocorreu no mesmo ano, junto com outros 14 companheiros, em troca do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick.
Zarattini seguiu para o México, depois para Cuba e Chile. Em 1974, voltou ao Brasil clandestinamente e, em maio de 1978, foi novamente preso e torturado. No ano seguinte, foi libertado em decorrência da anistia.
Na década de 1980, participou das lutas pelos direitos dos trabalhadores e atuou na Assembleia Nacional Constituinte como assessor. Militante do Partido dos Trabalhadores (PT), candidatou-se à Câmara dos Deputados em 2002, mas somente em 2004 passou a exercer o mandato de deputado federal.
Ricardo Zarattini foi inocentado, em 2013, da acusação de ser o responsável, ao lado de Ednaldo Miranda, pela explosão de uma bomba no saguão do Aeroporto dos Guararapes do Recife, ocorrida em 1966. A reparação foi possível graças a documentos dos órgãos de segurança, apresentados pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara, que os livram da acusação.