Therezinha de Godoy Zerbini é assistente social, advogada e ativista de direitos humanos. Em 1951, conheceu o general Euryale de Jesus Zerbini, que comandava a Força Pública. Os dois se casaram, apesar da diferença de idade de vinte anos. Na época, ela trabalhava como assistente social no Hospital do Mandaqui.
Em 1964, o general comandava a unidade de Caçapava e foi um dos quatro oficiais a assumir posição contrária ao golpe militar. Teve seus direitos políticos cassados e foi reformado. Therezinha, envolvida com a política desde os tempos do getulismo, passou a atuar na resistência à ditadura.
Em 1968, ela ajudou Frei Tito a conseguir o sítio em Ibiúna onde seria realizado o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Por esse motivo foi presa, no dia 11 de fevereiro de 1970. Primeiramente, foi levada à sede da Operação Bandeirante (Oban). Lá ficou por cinco dias e presenciou as torturas sofridas por Frei Tito. Therezinha não foi torturada. Ela foi transferida para o Dops, onde passou mais uma semana, até ser levada ao Presídio Tiradentes. Passou seis meses detida no local, onde ficou conhecida como “burguesona”, e foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional.
Em 1975, fundou e liderou o Movimento Feminino pela Anistia (MFPA). Núcleos do movimento foram espalhados pelo país. Em 1978, foi ampliado com a criação do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), no Rio de Janeiro. Formado por advogados de presos políticos e com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o comitê pedia a anistia ampla, geral e irrestrita. A conquista ocorreu em 1979.
Therezinha Zerbini continuou no cenário político, atuando ao lado de Leonel Brizola no processo de refundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e depois na criação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Aos 86 anos, Therezinha Zerbini foi homenageada pela Prefeitura de São Paulo por sua luta contra a ditadura militar, em maio de 2014.