Conhecido como “Tenente Correia Lima”, Luiz Mário Correia Lima é atualmente militar da reserva. Durante a ditadura militar atuou no DOI-Codi do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ter participado das sessões de tortura que resultaram na morte do jornalista e dirigente do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Mário Alves, em 17 de janeiro de 1970. Em maio de 2013, o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro denunciou oficialmente Correia Lima e outros quatro agentes da ditadura pelo sequestro e desaparecimento de Alves.
Os procuradores do MPF pediram a condenação dos acusados pelo crime de sequestro qualificado com reconhecimento de circunstâncias agravantes, como motivo torpe, abuso de autoridade e abuso de poder. No entanto, a denúncia foi rejeitada pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, sob alegação de falta de provas e indícios de autoria do crime. O MPF recorreu.
Além do envolvimento na morte de Mário Alves, Correia Lima também é acusado de agredir a estudante a militante do PCBR, Angela Camargo Seixas, em 1970. A denúncia é do advogado José Carlos Tórtima, que também foi torturado no DOI-Codi do Rio de Janeiro. Segundo ele, Correia Lima deu um soco nas costas da estudante, que na época tinha 19 anos e estava presa na sede do órgão. Ela teria se negado a responder aos questionamentos dos militares. “Foi ele que espancou a Angela Seixas”, afirmou Tórtima aos familiares de vítimas do regime militar em audiência da Comissão Estadual da Verdade do Rio, em outubro de 2013. Correia Lima participou da sessão, mas ficou em silêncio sob o argumento de que já havia testemunhado à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e ao MPF.