Este acervo que o Instituto Vladimir Herzog (IVH) oferece em seu site é uma amostra do que foi a Imprensa Alternativa durante o período da ditadura militar no Brasil. O levantamento teve como base os acervos do Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Depois de vasta pesquisa, o material foi selecionado e digitalizado para a inclusão no Portal Memórias da Ditadura.
Não foi uma seleção fácil. Não existe uma abordagem simples para a imprensa alternativa. Seus periódicos já foram tema de pesquisas aprofundadas, inclusive de alguns dos mais renomados pesquisadores na área da comunicação neste país, como Bernardo Kucinski, com seu livro Jornalistas e Revolucionários – Nos Tempos da Imprensa Alternativa. O IVH já se debruçou outras vezes no tema, com o “Resistir é Preciso…”, que inclui As Capas Desta História e Os Protagonistas Desta História, também disponíveis aqui.
No mais, muitos veículos da imprensa alternativa se tornaram célebres e suas coleções são facilmente encontradas em outros espaços da Internet. O mais emblemático é o Pasquim, mas o mesmo acontece com o Ex, o Versus e o Lampião da Esquina, por exemplo. Por isso, um dos critérios de escolha da presente seleção foi o de buscar veículos que não são facilmente localizados nas redes.
Levamos em conta, além da pertinência dos veículos, muitos deles com profissionais já reconhecidos na época ou que teriam uma trajetória valiosa nos anos seguintes, temas que estão em pauta na atualidade, como a produção de fake news, os direitos das mulheres, LGBTQIA+, pretos e indígenas, a destruição ambiental e a voz aos moradores das periferias dos grandes centros urbanos.
A diversidade de regiões onde os veículos eram produzidos também foi levada em consideração. A coleção aqui apresentada tem representantes de todas as regiões do País, inclusive títulos de fora das capitais.
O que todos os jornais disponibilizados têm em comum é a atmosfera de contestação em meio a um dos tempos mais obscuros e truculentos da história do país. Esses títulos nos ensinam como ativistas e jornalistas mobilizaram a imprensa alternativa como instrumento de luta e resistência contra a ditadura sem deixar de lado pautas como o feminismo, o antirracismo e a defesa dos povos tradicionais e originários.
Desejamos a você uma excelente pesquisa!