Ulysses Silveira Guimarães, político e advogado formado pela Universidade de São Paulo (USP), teve forte atuação na oposição à ditadura militar. Ingressou na política em 1945, quando se filiou ao Partido Social Democrático (PSD). Foi eleito deputado na Assembleia Constituinte de São Paulo em 1947 e deputado federal em 1950, reelegendo-se duas vezes. Foi nomeado ministro da Indústria e do Comércio durante o regime parlamentarista em 1961, mas se exonerou no ano seguinte, retornando à Câmara dos Deputados.
Em 1968, quatro anos após o golpe militar de 1964, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição à ditadura. Três anos mais tarde assumiu sua presidência. Em protesto contra a farsa da eleição presidencial promovida pela ditadura, prevista para janeiro de 1974, lançou-se anticandidato à Presidência da República. Reelegeu-se deputado federal naquele ano e exerceu a função até 1977, quando o Congresso foi colocado em recesso pelo Executivo. Dois anos depois, com o fim do bipartidarismo, o MDB se tornou Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do qual Ulysses seria presidente.
Participou ativamente da campanha das Diretas Já, no início da década de 1980, e foi apelidado de “Senhor Diretas”. A emenda que instituía a volta das eleições presidenciais diretas foi derrotada no Congresso e Ulysses passou a articular a campanha vitoriosa de Tancredo Neves na eleição indireta de 1984. Foi presidente da Assembleia Nacional Constituinte e anunciou a promulgação da chamada Constituição Cidadã, em vigor até hoje.
Em 1989, foi candidato à presidência da República, mas obteve apenas 4,43% dos votos. No ano seguinte, reelegeu-se deputado federal. Lutou pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. Em outubro do mesmo ano desapareceu num acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro. Seu corpo não foi encontrado, mas a morte foi oficialmente reconhecida.