Teatro Oficina (1958). Nascido em 1958, no Centro Acadêmico da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, o Teatro Oficina se profissionalizou no início da década de 1960, com a aquisição do Teatro Novos Comediantes, na Rua Jaceguai, em São Paulo, que abriga até hoje a sede do grupo. Dentre as características mais perenes do Oficina estão a abertura para a experimentação e o constante questionamento das próprias realizações.
No Oficina, a exacerbada criatividade de Zé Celso encontrou parcerias fundamentais, na vocação didática de Eugênio Kusnet, na perspicácia crítica de Fernando Peixoto e na seriedade interpretativa de Renato Borghi. “Separados, cada qual poderia realizar, como de fato realizou, por vezes, espetáculos do melhor quilate, mas nenhum deles, nem mesmo o encenador que integrou todas essas contribuições, faria um teatro tão consequente consigo próprio quanto foi o Oficina”, afirmam Armando Sergio da Silva e J. Ginsburg, no livro “Diálogos sobre Teatro” (Edusp, 1992).
Na primeira fase da ditadura, o grupo fez montagens políticas, procurando tirar o público de sua posição de conforto. Os espetáculos cobravam uma participação ativa da plateia, chegando a provocar incômodos. Em 1974, Zé Celso foi detido e partiu para o exílio em Portugal, retornando só em 1979. Ao longo da década de 1980, o grupo ministrou oficinas e organizou leituras, sem encenar grandes produções.