As raízes políticas da Saúde Coletiva no Brasil (1970–1980)
A partir das contradições vividas pelo setor saúde brasileiro durante o regime militar(1964-1985), as epidemias como da meningite e das impossibilidades do governo enfrentar a crise sanitária existente, se deu em oposição de movimentos populares e articulações de forças sociais contrárias às políticas de saúde autoritárias e privatizantes, uma movimentação que ajudaria a configurar a constituição de um projeto de saberes e práticas chamado Saúde Coletiva. Mesmo com suas raízes históricas atreladas ao movimento de inclusão da população mais pobre com a medicina comunitária, ganhou ímpeto sua formulação dentro do quadro político da segunda metade da década de 1970, quando a bandeira da redemocratização, também pelo direito à saúde, ganhou forte ímpeto.
Sobre seus membros, se havia uma história pessoal que descreveria a necessidade de construção de um novo pensamento em saúde, também havia elementos geracionais e contextuais, aproximando-os no sentido do reconhecimento acadêmico e das lutas internas em torno de projetos e encaminhamentos. Tal abordagem marxista era marcada pelo ativismo político, em grande parte, do Partido Comunista, com influências teóricas do marxismo italiano recebidas da leitura de Antonio Gramsci, tendo a crise e as manifestações de 1977, aprofundado o debate em torno da concepção de Estado.
