Maria Augusta narra que justo no dia em que dava uma aula sobre socialismo, como parte do curso de História do Pensamento Econômico, a classe estava mais quieta e havia “um cara de terno no fundo da sala”, um agente infiltrado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).
Maria Augusta leva o nome da sua mãe e do seu pai, apesar de, após a separação deles, ter tido pouco contato com o seu progenitor, que era um oficial do exército. Criada em uma família italiana, com os avós e tios por perto, foi muito amada, podendo desfrutar de uma boa educação em escola de freiras. Como não queria ser educadora, ingressou no curso de secretariado, que era próximo ao Largo São Francisco, em meio à efervescência dos eventos dos anos 60, o que a levou a ingressar nas Ciências Sociais, no Instituto Sedes Sapientiae. Formada, acabou se tornando o que tinha fugido na adolescência: professora, profissão que exerce até hoje. Passou pelo Colégio 12 de Outubro e pelo Instituto Beatíssima Virgem Maria, onde lecionou as disciplinas de Educação Moral e Cívica e Sociologia, conseguindo propor conteúdos para desenvolver o senso crítico das meninas. Após a aposentadoria, cursou psicopedagogia e se especializou em oficinas de memória, que ministra atualmente.
Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/por-tras-do-autoritarismo-gente-que-nao-tem-amor-na-vida-208689/colecao/208523
Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer
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Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523