Atuação Profissional

estudante universitário

Organização

Ação Popular (AP) e Ação Popular Marxista-Leninista (APML)

Filiação

Yedda Novaes da Mata Machado e Edgard de Godoi da Mata Machado

Data e Local de Nascimento

20/3/1946, Rio de Janeiro (RJ)

Data e Local de Morte

28/10/1973, Recife (PE)

José Carlos Novaes da Mata Machado

José Carlos Novaes da Mata Machado

Mais conhecido como “Zé”, foi dirigente da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), inicialmente chamada apenas de Ação Popular (AP). Morreu aos 27 anos, em 1973, após sofrer torturas durante dez dias seguidos no DOI-Codi do Recife (PE). Na versão oficial de sua morte, consta que ele e o militante Gildo Macedo Lacerda teriam morrido num tiroteio na mesma cidade, após “um subversivo de codinome Antônio” ter pressentido algo de errado e aberto fogo contra eles num encontro para o qual teriam sido levados como isca.

Sua prisão foi facilitada por Gilberto Prata Soares, seu cunhado e ex-membro da AP, que, após ser preso em fevereiro de 1973, começou a operar como uma espécie de Cabo Anselmo civil, ao concordar em colaborar com os militares na identificação dos militantes da APML. Sua atuação como informante levou também à prisão de Honestino Guimarães.

Filho do jurista e ex-deputado Edgar da Mata Machado, que teve sua cadeira de cátedra cassada durante o regime, Zé entrou para o curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1964, tendo obtido a primeira colocação no vestibular. Em 1967, chegou a ser vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 1968, foi preso durante o Congresso de Ibiúna (SP) e condenado a oito meses de reclusão nas celas do Dops de Belo Horizonte. Em 1970, casou-se com sua companheira de AP, Maria Madalena Prata Soares, e morou, por mais de um ano, numa favela em Fortaleza (CE).

Sua morte e a de Gildo repercutiram internacionalmente. O nome de José Carlos Mata Machado foi dado a uma rua em Belo Horizonte.  Anteriormente a rua chamava-se Dan Mitrione, torturador que veio dos Estados Unidos para o Brasil com o objetivo de ensinar “métodos modernos de interrogatório” aos policiais e militares, utilizava como cobaias mendigos recolhidos nas ruas e como alvo presos políticos.

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