Intimamente ligada aos rompimentos da pop art, a nova figuração consiste em mudar o tratamento da figura, após o esgotamento da abstração geométrica e informal. Os artistas oscilavam entre usar como objeto da obra de arte motivos de crítica e de neutralidade ideológica. Cunhado pelo crítico Michel Ragon, em 1961, o termo nouvelle figuration pretende designar o retorno à figuração, na qual se observa o tratamento livre da figura, fora dos moldes realistas e descritivos tradicionais, a partir de lições retiradas do informalismo, do expressionismo abstrato e da arte pop.
A exposição “Mitologias Cotidianas”, em 1964, definiu com maior clareza os rumos da nova figuração em curso, também denominada como figuration narrative. Ela buscava, como o próprio título indica, aproximar-se da vida diária, em suas múltiplas dimensões, através de uma linguagem que apelava ao grotesco e ao fantástico.
O impacto das novas linguagens figurativas na arte nacional é imediato, sobretudo em artistas cariocas, como Antonio Dias (1944), Carlos Vergara (1941), Rubens Gerchman (1942-2008), Roberto Magalhães (1940), Ivan Freitas (1932) e Adriano de Aquino (1946), participantes da mostra “Opinião 65”.