Papel das igrejas cristãs na ditadura militar

Papel das igrejas cristãs na ditadura militar
Missa pelo aniversário do Golpe de 1964
Missa pelo aniversário do Golpe de 1964: alguns setores da Igreja eram contrários ao governo militar, mas também existiam os favoráveis.

Foi decisiva a participação de setores da Igreja Católica na organização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em São Paulo contra o governo de Jango, no dia 19 de março de 1964. O anticomunismo ferrenho das autoridades eclesiásticas e de algumas organizações civis de base católica foi um fator predominante para o apoio inicial ao golpe de Estado.

No entanto, conforme as medidas autoritárias e a repressão aumentavam gradativamente, as violações dos direitos humanos se tornaram cada vez mais evidentes, incluindo a prisão de padres, e esse apoio foi diminuindo. O momento chave, que consolidou uma espécie de rompimento entre Igreja e militares, foi a promulgação do Ato Institucional Nº 5, em dezembro de 1968, que disseminou a tortura como método sistemático de interrogatório.

Alguns clérigos e organizações de base criadas e incentivadas pela própria Igreja contribuíram decisivamente para o fortalecimento da resistência à ditadura militar e também para as denúncias dos abusos, nacional e internacionalmente.

Membros da Igreja protestam contra a ditadura
Membros da Igreja protestam contra a ditadura. Muitos setores da Igreja se opuseram e manifestaram contra o golpe de 1964.

Um caso notório é o dos freis dominicanos, como os freis Betto, Tito, Ivo e Fernando. Eles se aproximaram de Carlos Marighella e da Ação Libertadora Nacional (ALN), com quem contribuíram com informações e tarefas de apoio. Por esse motivo, foram alvo da repressão e muitos foram presos e torturados. Anos depois, Tito se suicidou, em decorrência dos traumas sofridos.

Sobre
Saiba mais sobre o projeto, realizadores e seus objetivos.
Apoio ao Educador
Aplique o conteúdo sobre a ditadura no Brasil na sala de aula para ampliar o estudo da História do Brasil e a formação da cidadania com o suporte de sequências didáticas e a promoção do protagonismo dos alunos. Consulte sequências didáticas que poderão auxiliar os educadores a trabalharem o tema da ditadura militar brasileira em sala de aula.
Projetos
Visite a galeria de projetos especiais realizados pelo Instituto Vladimir Herzog na promoção da Memória, Verdade e Justiça no Brasil, e na difusão de histórias inspiradoras de luta.
Acervo
Explore uma diversidade de conteúdos relacionados ao período da ditadura militar brasileira que ocorreu entre 1964 e 1985.
Memória Verdade e Justiça
Os direitos da Justiça de Transição promovem o reconhecimento e lidam com o legado de atrocidades de um passado violento e de um presente e futuro que precisam ser diferentes, para que se possa dizer: “nunca mais!”. Conheça algumas medidas tomadas pelo Estado e sociedade brasileiros para lidar com o que restou da ditadura de 1964.
Cultura e Sociedade
Apesar do conservadorismo e da violência do regime, a produção cultural brasileira durante a ditadura militar se notabilizou pelo engajamento político e desejo de mudança. Conheça um pouco mais sobre as influências do período em diversos setores da sociedade.
Repressão e Resistência

O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.