Padre Paulo narra que nas suas missas, durante o período da Ditadura, sempre havia “um gravador pertinho das caixas de som” colocado por policiais militares infiltrados. “A gente convivia sabendo que era vigiado (…), mas a gente não arredava pé, não!”, conta ele.
Paulo é nascido no bairro de Cangaíba, zona leste de SP. Sua paixão por música o leva ao seminário já aos dez anos de idade. Em seu primeiro trabalho, é designado para o bairro de São Miguel Paulista. Nessa época, a sociedade brasileira enfrenta o Regime Militar, enquanto a Igreja Católica propõe novas teologias e um trabalho mais direto com a realidade e com o povo. Isso vai de encontro com as reflexões de um seminarista recém-formado sobre fé e política. Em pouco tempo ele é absorvido pelos movimentos populares de reivindicação pela infraestrutura da região. A luta se mantém ao longo dos anos 70, resistindo à ditadura. Ao final desta década, Padre Paulo está comprometido com a Pastoral do Trabalho e ele colabora com as greves dos movimentos operários do período. Depois de anos no sacerdócio, é ordenado para exercê-lo no bairro de Itaquera, onde permanece até hoje, envolvido atualmente na construção das comunidades de base em cada vila e nos movimentos por terra.
Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/fe-e-politica-208714/colecao/208523
Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer
_____Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523