O médico legista Abeylard de Queiroz Orsini trabalhou no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo durante a ditadura. Junto com Harry Shibata e Isaac Abramovitch, figura no grupo dos que mais subscreveram laudos sobre militantes mortos pelos órgãos de repressão. Assinou ao menos 11 documentos suspeitos de terem sido utilizados para acobertar assassinatos.
Aparece em pelo menos três casos de pessoas mortas pela ditadura atestando outra causa de morte: Luiz Eduardo Merlino, morto nas dependências do DOI-Codi, cujo laudo atestava suicídio; Devanir José de Carvalho, torturado até morrer no Dops, enquanto a perícia dizia que ele havia levado um disparo em tiroteio contra a polícia; e Iuri Xavier Pereira, espancado e posteriormente executado, mas o qual o laudo apontava como morto em tiroteio.
Em 2004, o Conselho Federal de Medicina manteve a decisão do Conselho Regional (CRM-SP) de cassar a licença profissional de Orsini, por conta da assinatura dos laudos falsos.