Albert Hening Boilesen

Albert Hening Boilesen

Albert Henning Boilesen foi um empresário dinamarquês nacionalizado brasileiro. Sua história foi relatada no documentário Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski, de 2009. Ele era presidente do grupo Ultra, que tinha a Ultragaz como uma de suas empresas. Durante a ditadura, foi um dos grandes entusiastas da Operação Bandeirante (Oban), inaugurada em São Paulo em 1969. A Oban, criada pelo Exército para investigar e reprimir grupos da esquerda armada, foi financiada por empresários vinculados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o documentário, Boilesen não era o que fazia os maiores aportes financeiros, mas tinha um importante papel de articulador, convocando novos empresários para participar do financiamento. No documentário, o empresário José Mindlin conta como foi abordado pelo presidente do Grupo Ultra.

Mas Boilesen teria ido além. Diversas fontes afirmam que o empresário participava de sessões de tortura e que inclusive teria importado dos Estados Unidos um instrumento de tortura que soltava descargas elétricas crescentes. O instrumento teria sido apelidado de “pianola Boilesen”. “Ele pessoalmente frequentava a Oban, ia ver os presos e assistia a sessões de tortura”, afirma no filme o historiador Jacob Gorender.

A participação de Boilesen nas torturas fez com que a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) elaborassem um plano para executá-lo. O empresário foi assassinado próximo de sua casa, na alameda Casa Branca, em São Paulo, em 15 de abril de 1971. Seu caso é considerado emblemático da participação civil na repressão. Ford, GM e Camargo Corrêa também são apontadas como empresas que financiaram a Oban.

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