Divo Fernandes D’Oliveira teria sido morto por agentes do Estado brasileiro em circunstâncias que, até a presente data, não foram esclarecidas. Apesar dos esforços dos pesquisadores da Comissão Nacional da Verdade não foi possível elucidar como se deu o desaparecimento de Divo, a partir do presídio Lemos Brito, entre o final de 1964 e o início de 1965. No dia 13 de março de 1964, Divo Fernandes juntou-se às milhares de pessoas que participaram do Comício da Central do Brasil, no qual o então presidente da República, João Goulart, defendeu com veemência as reformas de base. Com o advento do golpe de 1º de abril de 1964 e a consequente radicalização das tensões políticas, Divo Fernandes passou a enfrentar uma série de dificuldades. Pouco tempo depois, Divo foi preso no Rio de Janeiro e enviado ao presídio Professor Lemos Brito. De posse dessa informação, a esposa de Divo, Nayde Medeiros, deslocou-se para o Rio, com o intuito de visitar o marido. De acordo com relato apresentado por dona Nayde, a visita ocorreu em meados de 1964. De volta a Criciúma, dona Nayde, que era professora do grupo escolar Coelho Neto, enfrentou dificuldades econômicas, as quais a impossibilitaram de voltar ao Rio ainda em 1964. O retorno só foi possível no ano seguinte; entretanto, ao chegar ao presídio, recebeu a informação de que Divo havia desaparecido da prisão. Inconformada com a situação, ela iniciou verdadeira peregrinação pelos presídios, hospitais e cemitérios do Rio de Janeiro. Até a data de sua morte, em maio de 1975, Nayde Medeiros nunca recebeu nenhuma explicação para o desaparecimento de seu marido. Até a presente data, Divo Fernandes D’Oliveira permanece desaparecido.
Diante das investigações realizadas, conclui-se que Divo Fernandes D’Oliveira desapareceu por ação de agentes do Estado brasileiro, em um contexto de sistemáticas violações de direitos humanos promovido pela Ditadura Militar implantada no país a partir de abril de 1964. É considerado desaparecido político pela Comissão Nacional da Verdade, uma vez que seu paradeiro segue desconhecido e seus restos mortais não foram identificados até o dia de hoje. Recomenda-se a retificação da certidão de óbito de Divo Fernandes D’Oliveira, assim como a continuidade das investigações sobre as circunstâncias do caso, para a localização de seus restos mortais e identificação e responsabilização dos demais agentes envolvidos.