Flávio Tavares

Flávio Tavares

Flávio Tavares, jornalista e escritor, participou da luta armada e foi militante do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Preso em três ocasiões, precisou se exilar duas vezes. Enquanto trabalhava no periódico Última Hora, foi confundido com outro guerrilheiro, de alcunha “Dr. Falcão”, e passou sete meses na cadeia em 1967, até receber um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF).

Tentou retomar a atividade jornalística, mas, por já ter sido fichado, encontrou cada vez mais dificuldades. Diante disso, envolveu-se de vez na luta armada. Em 1969, foi novamente detido ao participar da libertação de um grupo de marinheiros. Na segunda passagem pela prisão, sofreu torturas e permaneceu em cárcere por trinta dias, quando o trocaram, junto com outros 14 prisioneiros, pelo embaixador dos Estados Unidos sequestrado, Charles Elbrick.

Mesmo livre, foi expulso do Brasil e seguiu direto para o exílio no México, onde voltou a trabalhar como jornalista. Passado algum tempo, voltou à América do Sul, para ser correspondente na Argentina do diário mexicano Excelsior e do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 1977, foi sequestrado pelo exército do Uruguai, quando esteve lá para resolver a situação de um colega de trabalho. Encarcerado pela terceira vez, permaneceu 27 dias algemado, nos seis meses em que esteve preso. Foi vítima de torturas físicas e psicológicas. Atribui-se sua soltura a uma campanha internacional, encabeçada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que pressionou o governo brasileiro.

Novamente livre, partiu para seu segundo exílio, em Portugal. Retornou ao Brasil somente em 1979, com a aprovação da anistia política. Hoje, colabora com o periódico Zero Hora, do Rio Grande do Sul, e tem diversos livros publicados sobre a ditadura e o tempo em que esteve preso e no exílio. Recentemente, produziu o documentário O dia que durou 21 anos, dirigido por seu filho Camilo Tavares, e lançou a obra “1964 – O Golpe”, em que relembra os 50 anos do início da ditadura.

Sobre
Saiba mais sobre o projeto, realizadores e seus objetivos.
Apoio ao Educador
Aplique o conteúdo sobre a ditadura no Brasil na sala de aula para ampliar o estudo da História do Brasil e a formação da cidadania com o suporte de sequências didáticas e a promoção do protagonismo dos alunos. Consulte sequências didáticas que poderão auxiliar os educadores a trabalharem o tema da ditadura militar brasileira em sala de aula.
Projetos
Visite a galeria de projetos especiais realizados pelo Instituto Vladimir Herzog na promoção da Memória, Verdade e Justiça no Brasil, e na difusão de histórias inspiradoras de luta.
Acervo
Explore uma diversidade de conteúdos relacionados ao período da ditadura militar brasileira que ocorreu entre 1964 e 1985.
Memória Verdade e Justiça
Os direitos da Justiça de Transição promovem o reconhecimento e lidam com o legado de atrocidades de um passado violento e de um presente e futuro que precisam ser diferentes, para que se possa dizer: “nunca mais!”. Conheça algumas medidas tomadas pelo Estado e sociedade brasileiros para lidar com o que restou da ditadura de 1964.
Cultura e Sociedade
Apesar do conservadorismo e da violência do regime, a produção cultural brasileira durante a ditadura militar se notabilizou pelo engajamento político e desejo de mudança. Conheça um pouco mais sobre as influências do período em diversos setores da sociedade.
Repressão e Resistência

O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.