Os irmãos Iuri Xavier Pereira e Alex de Paula Xavier Pereira, nascidos respectivamente em 1948 e 1949, eram filhos do casal João Baptista e Zilda Xavier Pereira. Assim como os pais, os dois se tornaram militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), alinhando-se mais tarde à corrente que defendia a luta armada e era liderada por Carlos Marighella, a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Iuri foi um militante dedicado, desenvolvendo um trabalho de imprensa clandestina e assumindo a coordenação da ALN de São Paulo. Alex assumiu o posto de chefe de um Grupo Tático Armado da ALN, empreendendo diversas ações.
Alex foi assassinado pela repressão em janeiro de 1972, e Iuri apenas cinco meses depois, em junho do mesmo ano. Segundo a versão oficial da época, ambos teriam morrido em decorrência de ferimentos de bala resultantes de confronto com a polícia.
Em 1973, o corpo de Iuri foi localizado no Cemitério Dom Bosco, em Perus, na Zona Norte de São Paulo. Ele havia sido enterrado com o nome verdadeiro. Algum tempo depois, um corpo com as características do irmão também foi encontrado e os cadáveres foram transferidos para o Rio. Em 1996, os corpos foram exumados e submetidos a exames, mas apenas o de Iuri foi identificado positivamente. No começo de 2014, com o avanço tecnológico, o corpo de Alex também pôde ser reconhecido.
Uma análise pericial dos laudos e documentos produzidos pela morte dos irmãos, realizada em fevereiro de 2014, apontou que as lesões a tiros no corpo dos dois militantes eram incompatíveis com as lesões que teriam pessoas mortas em tiroteio. Marcas encontradas nos cadáveres apontam que ambos foram torturados e depois executados.
“Quero que você tenha a certeza que, haja o que houver, serei sempre fiel ao seu exemplo e ao de Marighella. Não mancharei a firmeza que me deram. Qualquer coisa que houver, saberei preservar a organização, pois a vacilação diante do inimigo não faz parte do que aprendi.”
Carta de Iuri para a mãe, Zilda Xavier