Luís Carlos Prestes

Luís Carlos Prestes

Comandante de uma famosa marcha pelo Brasil, a Coluna Prestes, e líder do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por mais de 50 anos, Luís Carlos Prestes foi uma das figuras da América Latina mais perseguidas do século XX.

Cursou a Escola Militar do Rio de Janeiro e depois foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde liderou uma revolta tenentista contra o governo de Arthur Bernardes em 1924, composta por jovens oficiais do Exército. Os “tenentes” pretendiam levantar a população contra o poder da oligarquia governante e, por meio da revolução, exigir reformas políticas e sociais, como a renúncia de Bernardes, a convocação de uma Assembleia Constituinte e o voto secreto. Os integrantes da Coluna Prestes realizaram uma marcha pelo interior do país, percorrendo, a pé e a cavalo, cerca de 25 mil quilômetros. A marcha terminou em 1927, quando os revoltosos se exilaram na Bolívia.

Lá, ele conheceu Astrojildo Pereira, um dos fundadores do PCB. Convertido ao marxismo, viajou para Moscou (ex-URSS) em 1931. Retornou clandestinamente ao Brasil em 1935, casado com a comunista judia alemã Olga Benário. Depois de comandar o fracassado golpe conhecido como Intentona Comunista, em 1935, com o intuito de derrubar o então presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista, foi preso e sua mulher entregue grávida à Gestapo, polícia política nazista. Na Alemanha, ela morreu num campo de concentração, em 1942. A filha de ambos, Anita Leocádia Prestes, nascida na prisão na Alemanha, foi resgatada pela avó paterna.

Após ser solto em decorrência do processo de redemocratização, em 1945, Prestes se elegeu senador pelo PCB, com mais de 160 mil votos. Com a cassação do registro do partido, em 1947, teve a prisão preventiva decretada e foi obrigado a retornar à clandestinidade. Sua prisão preventiva foi revogada em 1958, mas, com o golpe militar de 1964, o líder comunista voltou a ser perseguido. Em 1971, exilou-se na URSS onde permaneceu até 1979, ano em que retornou ao Brasil após a anistia política. Em 1980 rompeu com o Partido através da sua “Carta aos Comunistas”. Dez anos depois, faleceu no Rio de Janeiro, aos 92 anos de idade.

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