Nasceu no Rio de Janeiro, na favela do Pinto, em 1954. Trabalhou como empregada doméstica e quando criança viu a favela onde vivia com sua família ser alvo de um incêndio criminoso.
Em 1979, testemunhou o assassinato de seu irmão, Paulo Pereira Soares, pela polícia militar, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, junto com seu pai, foi à delegacia em Belford Roxo, na Baixada Fluminense denunciar. Lá, reconheceu e apontou um dos assassinos de seu irmão, que nunca foi preso.
Esse dia foi o primeiro de sua longa jornada por justiça, porque Marli precisou ir mais 30 vezes na delegacia fazer reconhecimentos, até que passou a ir diariamente. Sua luta fez com que fosse apelidada pela imprensa como “Marli Coragem”. Ela passou a sofrer ameaças e se manteve escondida por muito tempo.
Anos mais tarde, seu filho Sandro, de 15 anos, também foi assassinado pela polícia. Sua história foi relatada no livro “Marli Mulher: tenho pavor de barata, de polícia não”, que conta sua luta por justiça.