Pedro Lobo de Oliveira foi guerrilheiro da luta armada contra a ditadura militar. Instalou-se na capital paulista aos 18 anos. Em 1955, ingressou na Força Pública e se tornou sargento. Dentro do quartel, Lobo aproximou-se das ideias marxistas, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e passou a atuar como militante. Em 1964, por meio do Ato Institucional Nº 1, Pedro Lobo foi expulso da corporação.
A partir de 1966, foi incumbido de oferecer proteção a Luiz Carlos Prestes, então secretário-geral do PCB, quando ele fosse a São Paulo. Realizou essa tarefa por dois anos, até entrar em atrito com a direção do partido e com o próprio Prestes, que defendia a resistência pacífica. Lobo se aproximou, então, do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), dirigido por Leonel Brizola, e uma de suas tarefas foi dar proteção a José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo.
Ao mesmo tempo em que militava pelo PCB, Pedro Lobo ajudava a preparar a luta armada. Em 1968, participou da fundação da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Atuou em expropriações a bancos e ações políticas na capital paulista que visavam desestabilizar o governo militar. Uma delas foi o assassinato do capitão estadunidense Charles Rodney Chandler, apontado pelos guerrilheiros como agente da CIA que ensinava práticas de torturas aos militares brasileiros.
Em 1969, Lobo foi preso pelo regime militar e torturado violentamente. No ano seguinte, foi solto, junto com cerca de 40 companheiros, numa troca realizada pelo regime militar com a VPR, que havia sequestrado o embaixador alemão Ehren Ehrenfried von Holleben. Após sua libertação, foi para a Argélia. Passou também por Cuba, Chile e Argentina, até se instalar na Alemanha Ocidental.
Em 1979, beneficiado pela Lei da Anistia, Pedro Lobo retornou ao Brasil e, para sua surpresa, foi reintegrado à Força Pública no dia seguinte a sua chegada. Hoje integra a reserva da corporação, com a patente de capitão.