Atuação Profissional

bancário

Organização

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)

Filiação

Hermínia Juliano Macarini e Dolorato Antônio Macarini

Data e Local de Nascimento

15/7/1950, São Paulo (SP)

Data e Local de Morte

17/4/1970 ou 28/4/1970, São Paulo (SP)

Roberto Macarini

Roberto Macarini

Roberto foi preso no dia 27/4/1970 e torturado na sede da OBAN/DOI-CODI, em São Paulo (SP), pelas equipes do capitão Benoni de Arruda Albernaz e capitão Homero César Machado. No dia posterior a sua prisão, já bastante debilitado, foi levado pelos agentes policiais a uma suposta reunião com companheiros, no Viaduto do Chá. Segundo a falsa versão dos órgãos de segurança, ao chegar ao local, Roberto se jogou do alto do viaduto e teve morte instantânea.

De acordo com relatório elaborado pelo Comitê de Solidariedade aos Presos Políticos do Brasil sobre os presos políticos de São Paulo, que foram mortos por agentes estatais, Roberto foi preso no dia 27/4/1970 pela OBAN/DOI-CODI e torturado pela “equipe C”, integrada pelo escrivão de polícia Gaeta (conhecido como “Mangabeira”), pelo funcionário do Departamento da Polícia Federal (DPF) de apelido “Alemão”, pelo carcereiro, também da DPF, Maurício (conhecido por “Lungaretti”) e pelo tenente da Aeronáutica Alberto.

No dia 28 de abril, o militante foi retirado da OBAN/DOI-CODI por uma equipe integrada pelo capitão Coutinho, pelo capitão Tomás, pelo cabo conhecido como “DKW” (os três da Polícia Militar de São Paulo), pelo capitão do Exército Benoni de Arruda Albernaz, pelo investigador do Departamento Estadual de Investigações Criminais Paulo Rosa, pelo tenente do CENIMAR conhecido como “Marinheiro” e pelo delegado de polícia “Dr. Raul”, entre outros, e levado para o Viaduto do Chá, de onde foi jogado pelos agentes, por volta das 9 horas da manhã.

A denúncia seria encaminhada à Comissão Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas o documento foi apreendido pelo DOPS/SP, em poder de Ronaldo Mouth Queiroz, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), também assassinado pelo regime. Documentos do DOPS/SP, encontrados no Arquivo do Estado de São Paulo, também contribuem para a desconstrução da falsa versão dos órgãos de segurança. Entre esses documentos, uma ficha de Roberto Macarini informa, textualmente, que o militante foi torturado por equipe do Exército, por dois dias consecutivos.

Em versão contraditória às demais fontes arroladas, a certidão de óbito de Roberto, registrada no dia 18/4/1970, informa como data de morte o dia anterior, dez dias antes da data indicada pelos órgãos de segurança para sua prisão, em decorrência de “choque traumático, lesões traumáticas crânio encefálicas”. A mesma causa mortis foi indicada em laudo necroscópico assinado pelos médicos-legistas Samuel Haberkorn e Paulo Augusto Querioz. Rocha, que também datavam a morte do dia 17 de abril. A requisição de exame cadavérico solicitada pelo delegado Michel Miguel, apresentava a letra “T” ao lado do nome de Roberto, registro recorrente em casos que envolviam pessoas consideradas “terroristas”.

Relatório produzido pelo Ministro da Marinha e encaminhado ao Ministro da Justiça Maurício Corrêa, já em 1993, corrobora com a versão de suicídio divulgada pelos órgãos de segurança. O Ministério Público Federal de São Paulo propôs, em 2010, Ação Civil Pública, protocolada sob o nº. 0021967-66.2010.4.03.6100, com o objetivo de responsabilizar oscapitães reformados Homero César Machado e João Thomaz, pela tortura e morte de Roberto Macarini. Roberto foi sepultado pela família no Cemitério de Vila Formosa, em São Paulo (SP).

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