Sérgio Gomes, conhecido por Serjão, é jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP), militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no movimento estudantil. Foi preso pelo regime militar em 1975. Tinha ido ao Rio de Janeiro com o economista Waldir Quadros para se encontrar com o ex-estudante de Filosofia e dirigente político ligado ao PCB, João Guilherme Vargas Neto, que vivia na clandestinidade.
O intuito era levar dinheiro a Vargas Neto e trocar informações para a realização de um seminário em São Paulo sobre o acordo nuclear Brasil-Alemanha. O encontro não aconteceu porque Gomes e Quadros foram interceptados por agentes da ditadura. Eles foram levados para o quartel da Polícia do Exército, onde funcionava a sede carioca do DOI-Codi. Lá, foram duramente torturados. Gomes chegou a ficar pendurado de cabeça para baixo no pau de arara.
No dia seguinte, foram mandados para São Paulo. Ambos permaneceram presos no DOI-Codi da rua Tutóia, onde sofreram torturas por mais vinte dias. Estavam no mesmo período e no mesmo local onde Vladimir Herzog foi assassinado. Com a repercussão do caso Herzog, o DOI-Codi foi esvaziado. Gomes foi levado para a sede paulista do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde foi oficialmente declarado preso e enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Lá, permaneceu por mais três semanas.
Em 1978, Gomes participou da fundação da Oboré Editorial e, desde 1994, é seu diretor titular. Lecionou na USP as disciplinas Jornalismo Sindical, Comunitário e Popular de 1986 a 1992, e atuou na imprensa sindical. Atualmente, integra o Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog e coordena o Projeto Repórter do Futuro, concebido por ele na Oboré.