Rosane Vianna
As pessoas não conseguiam mais comprar comida

Rosane Vianna

Projetos

“A inflação subiu muito e as pessoas não conseguiam mais comprar comida”, conta Rosane, quando lembra do  seu envolvimento no Movimento Contra Carestia, que foi “basicamente tocado por mulheres pobres”, criado em 1972 dentro das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. 

Rosane é curitibana, nascida em 1942, de um pai proveniente de uma família influente na cidade, mas que se separou da sua mãe quando ela ainda era bebê, reaparecendo apenas quando já era adulta. Na juventude, ingressou no curso de Ciências Sociais na UFPR e já nas primeiras escolas em que deu aula, notou que os alunos viviam em situações precárias. Começou a propor mudanças e foi tachada de “comunista” por isso. Na faculdade, passa a militar pelo Juventude Universitária Católica e quando acontece o golpe de 64, passa a integrar o Ação Popular de contraposição ao regime. Nessa época, está fazendo pós-graduação em Sociologia na FFLCH na Maria Antônia. Mesmo não tendo participado diretamente da luta armada, fez parte do PRT, e acabou sendo presa por duas vezes. Foi professora de Educação Moral e Cívica, desconstruindo todos os valores que essa disciplina propunha e causando verdadeiras revoluções pelas escolas onde passou. Mestra em Ciências Políticas, foi professora na UNESP e na PUC-SP. Nos anos 70, se envolveu com os movimentos sindicais do período. Ao fim do regime, se manteve na luta por educação na FEBEM – inclusive sendo essa a matéria de sua tese de mestrado. Atualmente está aposentada, mas ainda se sente com esperanças e forças para seguir na luta.

Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/a-heranca-da-vitalidade-me-da-forcas-pra-lutar-208705/colecao/208523

Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer

_____

Esta iniciativa busca fortalecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523

Sobre
Saiba mais sobre o projeto, realizadores e seus objetivos.
Apoio ao Educador
Aplique o conteúdo sobre a ditadura no Brasil na sala de aula para ampliar o estudo da História do Brasil e a formação da cidadania com o suporte de sequências didáticas e a promoção do protagonismo dos alunos. Consulte sequências didáticas que poderão auxiliar os educadores a trabalharem o tema da ditadura militar brasileira em sala de aula.
Projetos
Visite a galeria de projetos especiais realizados pelo Instituto Vladimir Herzog na promoção da Memória, Verdade e Justiça no Brasil, e na difusão de histórias inspiradoras de luta.
Acervo
Explore uma diversidade de conteúdos relacionados ao período da ditadura militar brasileira que ocorreu entre 1964 e 1985.
Memória Verdade e Justiça
Os direitos da Justiça de Transição promovem o reconhecimento e lidam com o legado de atrocidades de um passado violento e de um presente e futuro que precisam ser diferentes, para que se possa dizer: “nunca mais!”. Conheça algumas medidas tomadas pelo Estado e sociedade brasileiros para lidar com o que restou da ditadura de 1964.
Cultura e Sociedade
Apesar do conservadorismo e da violência do regime, a produção cultural brasileira durante a ditadura militar se notabilizou pelo engajamento político e desejo de mudança. Conheça um pouco mais sobre as influências do período em diversos setores da sociedade.
Repressão e Resistência

O Estado brasileiro utilizou uma série de mecanismos para amedrontar a população, sobretudo aqueles que não estivessem de acordo com as medidas ditatoriais. Conheça os reflexos do aparato repressivo e os focos de resistência na sociedade.