Atuação Profissional

estudante

Organização

Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Filiação

Gessiner Farias e Luiza Gurjão Farias

Data e Local de Nascimento

17/5/1947, Fortaleza (CE)

Data e Local de Morte

Desaparecimento em 8/5/1972 ou 2/6/1972 ou 3/6/1972 ou 5/6/1972, Cachimbeiros/Caianos/Cemitério de Xambioá (TO)

Bergson Gurjão Farias

Bergson Gurjão Farias

O Relatório Arroyo descreve que, entre maio e meados de junho de 1972, Bergson Gurjão Farias estava acompanhado dos guerrilheiros Josias, Paulo Mendes Rodrigues, Aurea Eliza Pereira e Arildo Valadão indo buscar fumo com um camponês conhecido como Cearense, quando foram traídos por este.

 

Ângelo Arroyo narra que o grupo foi metralhado por soldados, e Bergson morreu nesse evento. A publicação “Documentos do SNI: Os mortos e Desaparecidos na Guerrilha do Araguaia” se refere a informações enviadas pelo Posto de Comando da Força Aérea Brasileira em Xambioá, via rádio, e registradas pelo CISA/DF, acerca do episódio em que morreu Bergson. O documento, de 7 de junho de 1972, informa que a presença dos guerrilheiros foi denunciada por um lavrador, em 5 de junho de 1972, na região de Cachimbeiras, e que, na ação, havia sido morto Bergson, enquanto Aurea e Josias haviam escapado.

 

O relatório também notifica a prisão de Dower Moraes Cavalcanti para interrogatório. O “Dossiê Ditadura” afirma que o combate teria ocorrido em 8 de maio de 1972 e que o corpo de Bergson teria sido levado a Xambioá e, posteriormente, pendurado em uma árvore, onde passou a ser alvo de chutes desferidos por paraquedistas envolvidos na perseguição à guerrilha. A morte do militante foi registrada em diversas fontes do poder repressivo e em depoimentos dos sobreviventes José Genoíno Neto e Dower Moraes Cavalcante.

 

Conforme o Relatório da CEMDP, Genoíno sustentou ter visto o corpo de Bergson sem vida e mutilado, enquanto Dower afirmou ter sido torturado junto ao guerrilheiro, que teria sido sepultado no Cemitério de Xambioá, de acordo com o general Bandeira de Melo. O relatório do Ministério da Marinha, encaminhado ao ministro da Justiça Maurício Corrêa em 1993, afirma que, em junho de 1972, Bergson “foi morto e tido como desaparecido, juntamente com outros presos políticos”. O Relatório do Ministério do Exército, entregue na mesma ocasião, se refere a uma publicação do jornal Última Hora de Brasília, de 11 de outubro de 1985, que traz depoimentos de ex-integrantes do movimento armado afirmando terem reconhecido Bergson morto.

 

Esse documento menciona também a fala da mulher do coveiro de Xambioá ao sobrevivente Dower Cavalcante – publicada no jornal Gazeta do Povo em 27 de abril de 1991 – de que Bergson estaria enterrado no cemitério da cidade junto a João Carlos Haas Sobrinho. Quanto aos demais registros da morte de Bergson, o livro da CEMDP cita também o Relatório da Operação Sucuri, de maio de 1974. Além disso, o “Dossiê Ditadura” alude à carta de instrução 01/72, da Operação Papagaio, assinada por Uriburu Lobo da Cruz, notificando a baixa entre os guerrilheiros – no dia 2 de junho de 1972, na região do Caianos.

 

Já o Relatório do CIE, Ministério do Exército, de 1975, afirma que Bergson morreu em 3 de junho de 1972, enquanto o Relatório da Manobra Araguaia, assinado pelo general Antonio Bandeira, especifica o dia 2 de junho de 1972, em Caiano.

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