Dois eventos simultâneos e integrados, em Belo Horizonte (MG), formaram o movimento conhecido como “Do Corpo à Terra”: a mostra “Objeto e Participação”, no Palácio das Artes, e a manifestação “Do Corpo à Terra”, no Parque Municipal, ambos em 1970. Este último durou três dias e ambos aplicaram o conceito de áreas externas como extensão de museus e galerias.
Pela primeira vez, artistas eram convidados não para expor obras já concluídas, mas para criar seus trabalhos diretamente no local. Além disso, os trabalhos no parque se desenvolveram em locais e horários diferentes, o que significa que ninguém, nem mesmo os artistas e o curador, presenciou a totalidade das manifestações individuais. Para completar, os trabalhos feitos no parque permaneceram lá até sua destruição, acentuando o caráter efêmero das propostas.
O acontecimento foi definido pelo curador Frederico Morais como uma forma de arte-guerrilha: “O artista hoje é uma espécie de guerrilheiro. A arte é uma forma de emboscada. Atuando imprevisivelmente, onde e quando é menos esperado, o artista cria um estado permanente de tensão constante”.