“O AI-5 paralisou tudo”, dizia Glauber Rocha, refletindo sobre a situação de quase desespero em que se encontravam os artistas. Com o AI-5, ficou oficializada a censura prévia, repercutindo negativamente sobre a produção artística. As primeiras manifestações de censura ocorreram no 4º Salão de Brasília, quando obras de Cláudio Tozzi e José Aguilar foram censuradas, por serem consideradas políticas. No 3º Salão de Ouro Preto, o júri sequer pôde ver algumas gravuras inscritas, que foram previamente retiradas. A 2º Bienal da Bahia foi fechada, os trabalhos foram recolhidos e os organizadores, presos.
Em 1969, a censura chegou a um dos pontos mais críticos, proibindo a mostra dos artistas selecionados para a representação brasileira à 4º Bienal de Paris, no MAM-RJ. A chamada pré-bienal foi suspensa por causa da inclusão de uma foto de Evandro Teixeira, do Jornal do Brasil, que mostrava o tombo de moto de um oficial da Força Aérea Brasileira, o que foi visto como provocação. A repercussão no exterior do fechamento da exposição do MAM foi enorme, provocando um boicote internacional à Bienal de São Paulo, também em 1969. Com isso, os artistas de vanguarda assumiram posição de marginalidade e muitos se exilaram no exterior.