A instalação consistia num altar, em que a peça central era a imagem de Roberto Carlos, com o contorno em neon, entre outras imagens que o circundavam. O espectador, para conseguir visualizá-la, passava por uma catraca amarela, e tinha que atravessar uma cortina vermelha que tampava o altar, dando ares sacros à obra. Em depoimento à revista Intervalo, o artista afirmou que buscou no ídolo a representação midiática daquele momento: “todo trabalho artístico reflete a sua época e Roberto Carlos é fenômeno da época em que vivemos”.
Leirner fazia parte do Grupo Rex, que apesar de sua breve existência, de junho de 1966 a maio de 1967, teve intensa atuação na cidade de São Paulo. Uma atuação marcada pela irreverência, pelo humor e pela crítica ao sistema de arte. Os mentores da cooperativa, Wesley Duke Lee (1931-2010), Geraldo de Barros (1923-1998) e Nelson Leirner (1932) projetaram um local de exposições, a Rex Gallery & Sons, além de um periódico, o Rex Time, que deveriam funcionar como espaços alternativos às galerias, museus e publicações existentes.