O moçambicano Ruy Guerra escreveu essa história durante uma temporada na Grécia. Quando chegou ao Brasil, em 1958, decidiu adaptar a história para o Nordeste brasileiro. O filme trata do envio de um grupo de soldados armados à cidade de Milagres, na Bahia, na tentativa de impedir que a população faminta invada e saqueie um depósito de alimentos. Enquanto um povo em delírio pela fome é conduzido pelas previsões de um religioso, um motorista de caminhão observa a situação e se revolta com a miséria que assola a região. As filmagens aconteceram em 1963, mas o filme só foi lançado comercialmente em 1965, numa versão reduzida em 25 minutos, mas com importante contribuição para o movimento do Cinema Novo. A produção levou o prêmio especial do júri no Festival de Berlim (1964), melhor fotografia no Festival de Pesaro (1964), e o Prêmio Cabeza de Palenque, no Festival de Acapulco (1965).