A obra de Joaquim Pedro de Andrade, ao mostrar a mão de ferro da Coroa Portuguesa em relação à Inconfidência Mineira, é uma metáfora do regime ditatorial que vigorou no Brasil de 1964 a 1985. Por exemplo: todo o filme está centrado na cadeia. De acordo com Caroline Gomes Leme, autora da dissertação de mestrado que deu origem à publicação “Ditadura em imagem e som” (UNESP, 2014), “nos anos mais duros do regime militar, Tiradentes, conforme aponta Alcides Ramos (2002), foi ressignificado pelo imaginário da esquerda como o ‘militante ideal’, aquele que, ‘tendo lutado até a última de suas forças, enfrentou com obstinação os avanços da repressão e, por fim, com o sentimento de que estava cumprindo uma missão, ofereceu sua própria vida em sacrifício pela causa em que acreditava sinceramente”. O filme é baseado em versos de Thomas Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa e Inácio José de Alvarenga Peixoto, diálogos de O Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meirelles, e nos Autos de Devassa que condenaram os inconfidentes à morte.