Produzido com recursos da Embrafilme, o longa estabelece uma relação direta entre passado e presente, analisando as consequências da ditadura para quatro gerações. Marco Antônio, arquiteto que viveu a juventude no final dos anos 1950; Bia, sua ex-mulher, fotógrafa de moda; Celinha, sua filha de 15 anos, usuária de drogas; e Paula, militante da esquerda armada que morreu há dez anos nas mãos de órgãos da repressão. A crise do protagonista começa quando Celinha desaparece e Marco Antônio reencontra Oliveira (Armando Bógus), antigo delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) que o prendera quando ainda integrava o Partido Comunista. O desconforto de ambos é expresso dessa maneira pelo policial: “Nós temos que aprender a conviver juntos, eu de um lado, você do outro. Eu tendo que aguentar a tua estupidez e você precisando dos meus serviços para manter a sua paz, a sua tranquilidade. Não é isso que você chama de democracia?”. Foi liberado sem censura, apesar de tratar abertamente de questões como subversão e tortura.