Gianfrancesco Guarnieri (Milão, Itália, 1934 – São Paulo, 2006). Filho de músicos antifascistas, Gianfrancesco Guarnieri chegou ao Brasil em 1936, no Rio de Janeiro. Na década de 1950, já em São Paulo, ele se engajou no movimento estudantil e começou a fazer teatro amador com Oduvaldo Vianna Filho. Guarnieri foi um dos fundadores do Teatro Paulista do Estudante, criado em 1955, que pouco depois se fundiria ao Teatro de Arena. Estreou como dramaturgo com a peça Eles Não Usam Black-Tie (1958), encenada pelo Teatro de Arena, e participou das produções do grupo também como autor, tornando-se sócio-proprietário.
Tratava-se de um teatro político que, com o golpe de 1964, se tornou alvo preferencial da repressão. Foi a linguagem alegórica que viabilizou seu teatro de resistência durante a ditadura, período em que escreveu montagens musicais como Arena Conta Zumbi e Arena Conta Tiradentes, além de Um Grito Parado no Ar, peça reflexiva, que colocava em cheque o próprio fazer teatral. Também escreveu Ponto de Partida, que relatava de maneira alegórica a morte do jornalista Vladimir Herzog, o que só passou pela censura porque o espetáculo era ambientado em uma aldeia medieval. A carreira de Guarnieri incluiu ainda atuações na televisão e no cinema.