Atuação Profissional

estudante secundarista

Organização

Frente Revolucionária Estudantil, vinculada à VAR-Palmares

Filiação

Maria de Campos Baptista e Waldomiro Dias Baptista

Data e Local de Nascimento

7/8/1954, Sorocaba (SP)

Data e Local de Morte

*/05/1970

Marco Antônio Dias Baptista

Marco Antônio Dias Baptista
Marco Antônio Dias Baptista tinha apenas 15 anos de idade quando desapareceu por volta do mês de maio de 1970. Mais de quatro décadas depois, ainda não é possível saber como se desdobraram os fatos que culminaram em seu desaparecimento. De acordo com informações apresentadas no livro-relatório da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), as pesquisas inicialmente conduzidas com o intuito de esclarecer o desaparecimento de Marco Antônio indicavam que ele fora visto pela última vez em Porto Nacional, atualmente estado de Tocantins, por volta de março ou abril de 1970. De acordo com esse relato, o militante Allan Kardec Pimentel foi quem viu Marco Antônio pela última vez durante viagem a Porto Nacional. Em depoimento transcrito no livro Desaparecidos políticos, Kardec declara que: […] Nos primeiros meses de 1970, a maioria dos militantes da VARPalmares, em Goiás, caiu nas mãos da repressão. Eu fui preso quando voltava do Rio de janeiro, pois não consegui sair do país. […] Todo o pessoal de Goiás foi preso, mas o Marcos não apareceu. E não tivemos mais notícias dele.ii No início da década de 1980, por intermédio de pesquisas diretamente realizadas por Maria de Campos Baptista, mãe de Marco Antônio, veio à tona uma nova versão para o caso. De acordo com o médico Laerte Chediac, irmão de Ibrahim Chediac, ex-delegado da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, Marco Antônio fora preso em maio de 1970 pela equipe do capitão Marcus Fleury. Na versão contada pelo médico, Marco teria solicitado o direito de visitar sua família e, ao receber permissão para isso, teria tentado fugir e provavelmente sido morto. Apenas um jornal publicou o conteúdo do diálogo entre Maria de Campos Baptista e Laerte Chediac. A matéria “Fleury sequestrou Marco”, de autoria do jornalista Francisco Messias, foi veiculada na edição nº 13, ano I, dias 1º a 17 de maio de 1980, do jornal Tribuna Operáriaiii . Apesar de o capitão Marcus Antônio Brito de Fleury ocupar, à época, o posto de oficial do Exército no 10º Batalhão de Caçadores, em Goiânia, e de ser o responsável pela Superintendência Regional da Polícia Federal em Goiás, não foram encontrados outros elementos suficientes para comprovar a versão narrada por Laerte Chediac. Marcus Fleury, um dos mais violentos agentes da ditadura militar no estado de Goiás, foi também chefe da Agência de Goiânia do Serviço Nacional de Informações, o que comprova seu trânsito e sua influência em diferentes estruturas da repressão em Goiás. Em 1993, em resposta ao pedido apresentado pelo Ministério da Justiça de documentação disponível sobre o caso de Marco Antônio Dias Baptista, o relatório apresentado pelo Ministério da Marinha informa apenas que Marco Antônio era “líder secundarista goiano, preso e desaparecido em 1970”iv . Em 18 de outubro de 2013, a Comissão Nacional da Verdade realizou audiência pública na sede do Sindicato dos Jornalistas no Estado de Goiás. Na oportunidade, colheu o depoimento de dois irmãos de Marco Antonio Dias Batista, Silvino Antônio Dias Baptista e Renato Dias. As buscas realizadas pela CNV em livros de registro de cemitérios em Goiânia e nos fundos documentais do Arquivo Nacional não apresentaram novos resultados relevantes para o caso.
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