Aquino de Farias Reis, desembargador aposentado desde 2002, foi delegado de plantão no Dops de Pernambuco durante a ditadura militar. Ele é acusado de participação na morte do estudante de agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Odijas Carvalho, preso na unidade do Dops e morto em decorrência de torturas em fevereiro de 1971. A versão oficial da época foi a de que Odijas tinha morrido por causas naturais. No entanto, diversos presos políticos que também estavam na sede do órgão de repressão denunciaram, por meio de documentos e em depoimentos à Justiça Militar, que o estudante foi assassinado.
Em maio de 1999, quando o então juiz Aquino de Farias Reis concorria à vaga de desembargador, a Rede Estadual de Direitos Humanos entregou ao presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco um dossiê denunciando seu envolvimento na morte de Odijas. A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara realizou, em 2012, uma sessão pública sobre Odijas Carvalho e, novamente, Aquino de Farias Reis foi apontado como um dos envolvidos no assassinato do estudante.
Em 2013, a Justiça determinou a retificação do atestado de óbito de Odijas Carvalho. Segundo as provas colhidas pela Comissão da Verdade, a causa da morte no documento foi alterada para lesão corporal e tortura.