Anos 65 – 69
A tortura começou antes do AI-5: 203 denúncias de tortura e 20 mortes só em 1964
Antes de completar um ano, a repressão do regime militar já somava 203 denúncias de torturas além de 20 mortes. O livro "Tortura e Torturados", do jornalista Márcio Moreira Alves, lançado em 1966, relatando casos ocorridos a partir de 1964, causou grande impacto na opinião pública.
![Augusto Boal durante ensaio](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Augusto-Boal-durante-ensaio-768x557.jpg)
Arena conta Zumbi
Marco do Teatro de Arena, dirigido por Augusto Boal. O objetivo era fazer com que o público se divertisse, mas ao mesmo tempo se conscientizasse politicamente, a partir da saga do Quilombo de Palmares, com referências cifradas ao contexto político pós-Golpe. A peça terminava com o refrão: "É um tempo de guerra, é um tempo sem sol...".
![Trecho do Ato Institucional nº2](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Trecho-do-Ato-Institucional-n2-768x1125.jpg)
Promulgado o AI-2
O poder do Presidente é ainda mais fortalecido, os partidos são dissolvidos, a eleição presidencial passa a ser indireta e a Justiça Militar pode processar civis acusados de crimes políticos. O Ato começa com uma frase que acaba com as ilusões dos que achavam que o governo militar era transitório: "Não se disse que a Revolução foi, mas que é e continuará..."
A violência do Estado
No fim de 1965, são registradas oficialmente 83 denúncias de torturas e 3 mortes. Presos políticos começam a aparecer enforcados nas celas
O terceiro Ato Institucional
Os governos dos Estados e os prefeitos passam a ser eleitos indiretamente. O Poder Executivo ganha força a cada novo ato baixado.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/lossy-page1-640px-Censura_ao_teatro_AN_911.tif.jpg)
Morte e Vida Severina
É encenada em São Paulo a peça Morte e Vida Severina, baseada em poema de João Cabral de Melo Neto, e com música de Chico Buarque de Hollanda, jovem compositor que era um dos destaques da "geração dos festivais da canção" veiculados pelas televisões Record, Excelsior e Globo. Nascia a Música Popular Brasileira (MPB), marcada pela crítica ao regime militar e pela denúncia das injustiças sociais.
![Hugo Banzer, Juan María Bordaberry, Ernesto Geisel e Augusto Pinochet](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/10---Da-esquerda-para-a-direita--Hugo-Banzer-Juan-Maria-Bordaberry-Ernesto-Geisel-Augusto-Pinochet-768x512.jpg)
O regime militar brasileiro vira modelo para a América Latina
Na Argentina, o levantamento militar liderado pelo general Juan Carlos Onganía derrubou o presidente Arturo Illia. Em 1971, seria a vez da Bolívia, seguida por Uruguai e Chile em 1973. Em 1976, um novo golpe na Argentina aprofunda o "terror de Estado" como método de combate aos opositores.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Mao_Tse-Tung_leader_of_Chinas_Communists_addresses_some_of_his_followers-768x625.jpg)
A Grande Revolução Cultural Proletária abala o mundo comunista
Liderada por Mao Tse Tung, a Revolução Cultural (1966-1969) pretendia mudar a cara do comunismo chinês e mundial, expandindo a ideia de coletivização e acabando com as hierarquias burocráticas e sociais. Os resultados, entretanto, acirraram a luta pelo poder dentro do Partido Comunista Chinês e levaram a muitos expurgos de antigos revolucionários.
A Revolução Brasileira
Em sua obra “A Revolução Brasileira”, Caio Prado Jr. critica as teses "etapistas" e as alianças de classe do Partido Comunista Brasileiro, tornando-se um dos símbolos do grande debate interno que tomou conta da esquerda brasileira depois da derrota de 1964.
![O ministro Jarbas Passarinho cumprimenta o presidente Costa e Silva](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/11/O-ministro-Jarbas-Passarinho-cumprimenta-o-presidente-Costa-e-Silva-768x471.jpg)
Costa e Silva é o novo presidente
Saudado por parte da imprensa que havia apoiado o golpe mas se decepcionará com a política econômica do governo Castello Branco, o general Artur da Costa e Silva é eleito indiretamente pelo Congresso, prometendo retomar o crescimento econômico e "humanizar" o regime. A primeira promessa foi cumprida, já a segunda...
![Interpretação de Roda Viva por Chico Buarque e o quarteto MPB4](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Interpretacao-de-Roda-Viva-por-Chico-Buarque-e-o-quarteto-MPB4-no-Festival-da-Musica-de-1967-768x499.jpg)
Chico Buarque vence o Festival de Música Popular Brasileira
Com a música “A Banda”, Chico Buarque de Hollanda venceu o festival de música popular brasileira da Record. Mas dividiu o prêmio e a preferência do público com a canção "Disparada", de Geraldo Vandré, defendida no festival por uma interpretação de Jair Rodrigues que marcou época.
Liberação feminina
As mulheres saem às ruas por seus direitos em todo o mundo. Esse processo também é marcado pelo lançamento da minissaia, pelo uso disseminado da pílula anticoncepcional e pela liberação de costumes.
![Forças policiais em ação contra manifestantes](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/7---Forcas-policiais-em-acao-contra-manifestantes-um-dia-antes-da-violencia-empreitada-durante-a-sexta-feira-sangrenta-768x576.jpg)
Violência de Estado
Ao fim de 1966, os números oficiais somam 66 denúncias de torturas e 2 mortes.
![Posse de Costa e Silva como o segundo presidente da Ditadura, Brasília.](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/7---Posse-de-Costa-e-Silva-como-o-segundo-presidente-da-Ditadura-768x568.jpg)
Posse de Costa e Silva
A "posse da esperança", como a definiu parte da imprensa simpática aos militares, prometia ampliar o diálogo entre governo e sociedade. Mas os acontecimentos ao longo do governo Costa e Silva tomaram outros rumos.
![Che Guevara e Fidel Castro](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Che-Guevara-e-Fidel-Castro-768x496.jpg)
Che Guevara é assassinado
É o fim do sonho do guerrilheiro de liderar uma nova revolução na América Latina, depois da vitória em Cuba. Ernesto Che Guevara é capturado e assassinado na Bolívia.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/cruzeiro-novo-1967.png)
Economia com pouca saúde
O cruzeiro novo tem seu primeiro ano com 25% de inflação e PIB de 4,2%.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Vietnam_War_protestors_at_the_March_on_the_Pentagon.jpg)
Movimento hippie pede fim da guerra no Vietnã
A juventude norte-americana começa a se rebelar contra a convocação para a Guerra no Vietnã, travada desde 1965 pelas tropas estadunidenses para combater a expansão do comunismo na Ásia.
Militantes do PC do B no Araguaia
O PC do B envia os primeiros militantes para a região do Rio Araguaia, no Norte do país, para a estruturação da que ficaria conhecida como Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, várias organizações de esquerda preparavam-se para a luta armada contra o regime. A maior parte atuaria nas cidades realizando ações de "propaganda armada", ao contrário do PC do B que conseguiu manter suas bases no campo sigilosas até 1971.
![Grevistas são presos em Osasco em 1968](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Grevistas-sao-presos-em-Osasco-em-1968-768x511.jpg)
Greve dos trabalhadores da Cobrasma em Osasco (SP)
O ano de 1968 também marcaria a volta da classe operária à cena social e política, protagonizando duas greves que ficaram famosas, em Contagem (MG) e Osasco (SP). Para a esquerda, era o início de uma grande revolta popular contra o arrocho salarial e a repressão policial do regime.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Edson-Luiz.png)
PM mata o estudante Edson Luís
O estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto é assassinado por policiais militares durante um confronto no restaurante Calabouço, no centro do Rio de Janeiro.
![Corpo do estudante Edson Luís](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/3---Corpo-do-estudante-Edson-Luis-sendo-velado-por-estudantes-768x564.jpg)
Enterro de Edson Luís
Ao todo 60 mil pessoas foram ao enterro de Edson Luís. Seguem-se manifestações e protestos em várias cidades do país, aumentando o protesto estudantil contra o regime que já vinha acontecendo desde 1966. Os militares reprimem duramente as manifestações.
![Estudantes presos durante manifestação](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/12/Estudantes-presos-durante-manifestação-768x551.jpg)
Repressão às passeatas
O Ministro da Justiça determina que as passeatas estudantis sejam proibidas e reprimidas.
![Padres se colocam diante da cavalaria da Polícia no Rio de Janeiro](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1---Padre-se-colocam-diante-da-cavalaria-da-Policia-no-Rio-de-Janeiro-768x512.jpg)
Missas reprimidas
As missas celebradas para Edson Luís na Igreja da Candelária, no Rio, são reprimidas violentamente.
Martin Luther King é assassinado
O líder do Movimento pelos Direitos Civis dos negros estadunidenses é assassinado.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Hair_Broadway_Aktuil-052-1970.jpg)
Contracultura
Na Broadway e com nu explícito, estreia o rock-musical Hair, um dos maiores sucessos da década, que critica a Guerra do Vietnã.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Les_Katangais_a_la_Sorbonne_le_11_juin_1968.jpg)
Maio de 68
É maio de 1968, começam os conflitos de rua em Paris e pelo mundo afora. Estudantes ocupam a tradicional Universidade Sorbonne.
A luta armada ganha o noticiário
A luta armada contra a ditadura cresce e se organiza. Tornam-se públicas e notórias as ações da ALN (Ação Libertadora Nacional) e da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). A primeira era uma dissiência do Partido Comunista Brasileiro, que não apoiava a luta armada contra o regime, enquanto a segunda era resultado da fusão de grupos socialistas com militares nacionalistas expulsos das Forças Armadas.
![Os mutantes e Gilberto Gil](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Os-mutantes-e-Gilberto-Gil-768x580.jpg)
Tropicália ou Panis et Circenses
Começam as gravações do álbum que seria o maior manifesto musical do movimento tropicalista que reunia músicos, artistas plásticos, dramaturgos e cineastas. Os músicos tropicalistas, liderados por Caetano Veloso e Gilberto Gil eram críticos do nacionalismo cultural da MPB e da estética convencional da canção de protesto. Queriam criticar o regime, mas também chocar os padrões comportamentais e morais da direita e da esquerda.
![Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1---Passeata-dos-Cem-Mil-no-Rio-de-Janeiro-768x511.jpg)
Passeata dos 100 mil
Mais de 100 mil pessoas saem às ruas do Rio de Janeiro, contra a violência policial e em defesa da democracia.
Ação da VPR mata um e fere seis
Membros da VPR lançam um carro-bomba, sem motorista, contra o Quartel General do 2º Exército em São Paulo. Na ocasião, é morto o soldado Mário Kozel Filho, jovem recruta.
![Zé Celso foi o responsável por dirigir Roda Viva, peça escrita por Chico Buarque de Holanda](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Ze-Celso-foi-o-responsavel-por-dirigir-Roda-Viva-768x400.jpg)
Teatro Galpão depredado
O teatro onde era encenada a peça “Roda Vida”, de Chico Buarque de Holanda, é depredado e seus os atores são espancados, dando início a uma onda de violência contra os teatros no Brasil.
![Cantor e compositor Geraldo Vandré](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Cantor-e-compositor-Geraldo-Vandre-768x492.jpg)
“Sabiá”, de Tom e Chico vence o 3º Festival Internacional da Canção
Muitas vaias foram ouvidas quando "Sabiá" foi anunciada como vencedora – Cynara e Cybele, as intérpretes, mal conseguiram cantá-la. Em segundo lugar ficou “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, a preferida do público estudantil de esquerda.
![Estudantes são enfileirados por Polícias durante a repressão ao Congresso de Ibiúna em 1968](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Estudantes-sao-enfileirados-por-Policias-durante-a-repressao-ao-Congresso-de-Ibiuna-em-1968-768x512.jpg)
Congresso da UNE em Ibiúna
A polícia descobre o local do Congresso clandestino da UNE, invade o sítio de surpresa, e prende 920 estudantes. A partir daí, a parte do movimento estudantil que defendia a luta armada, paradoxalmente, sai fortalecida, em detrimento daqueles que queriam priorizar ações políticas de massa.
![O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/Doc.2---O-Arcebispo-de-Olinda-e-Recife-768x461.jpg)
Casa do arcebispo é metralhada
A casa do arcebispo dom Hélder Câmara, em Recife, é metralhada. No ano seguinte, um dos seus principais auxiliares, Padre Henrique é assassinado por paramilitares. A alta cúpula da Igreja Católica, que não condenara o golpe de 1964, começava a se afastar do regime.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/08/Richard_Nixon_greeted_by_children_during_campaign_1972.png)
Nixon eleito
O republicano e conservador Richard Nixon é eleito presidente dos EUA. A partir daí, a política anticomunista dos EUA para a América latina se tornaria ainda mais agressiva.
Luta armada soma 50 ações
Em dois anos, os grupos de esquerda somam 50 ações armadas. A maior parte era de assaltos a bancos, as chamadas "expropriações" para coletar fundos, mas também houve atentados a bomba contra alvos políticos e militares e algumas escaramuças contra as forças de segurança do regime. A partir de 1969, o repertório de ações incluiria sequestros de embaixadores para serem trocados por prisioneiros políticos.
![Matéria principal da edição do Estado de São Paulo no dia 14 de dezembro de 1968.](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/6---Materia-principal-da-edicao-do-Estado-de-Sao-Paulo-768x1168.jpg)
O AI-5 é baixado
É baixado o AI-5, que iniciou o momento mais duro do regime, dando ainda mais poder aos militares, para punir arbitrariamente os que fossem considerados inimigos. Até o Habeas Corpus, tradicional instrumento jurídico para libertar presos, é declarado inválido para crimes políticos. Até os liberais, que haviam apoiado o golpe, admitem que o regime se tornara, efetivamente, uma ditadura militar, sem maiores sutilezas.
![Os Doces Bárbaros, Gal, Gil, Bethânia e Caetano](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/3-Os-Doces-Barbaros-768x1152.jpg)
Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos no Rio
Os músicos baianos, símbolos da Tropicália, são presos por 3 meses, sem acusação formal. Depois, seguem para o exílio.
Começa o “milagre econômico”
Indústria responde aos investimentos e cresce. PIB fecha o ano com 9% de crescimento e a inflação fica em 25%.
Artistas são obrigados a deixar o país
Gil e Caetano partem para Londres, na Inglaterra, e Chico Buarque vai para Roma, na Itália.
![Carlos Lamarca em treinamento com funcionárias do Bradesco](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1-Carlos-Lamarca-em-treinamento-com-funcionarias-do-Bradesco-768x1026.jpg)
O capitão Lamarca se torna guerrilheiro
Carlos Lamarca, capitão do Exército Brasileiro, tido como militar exemplar, adere à guerrilha, levando consigo um caminhão carregado de armas e munições do Quartel de Quitaúna, em Osasco (SP). Ao lado de Carlos Marighela, Lamarca se torna a figura mais célebre da guerrilha brasileira.
Professores universitários perseguidos pelo regime
Com o AI-10, centenas de professores são aposentados em todo o país. A repressão avança sobre o meio intelectual e cultural. A cisão entre o regime e o meio intelectual e artístico aumenta ainda mais.
![Capa do Pasquim em 1969](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Capa-do-Pasquim-em-1969-768x1010.jpg)
Primeiro número d'O Pasquim chega às bancas
O Pasquim, conciliando humor político e comportamental, torna-se um marco da imprensa alternativa, lutando contra a censura e contra a repressão.
Surge a Operação Bandeirante (Oban)
A Oban, operativo policial-militar de combate à luta armada, sistematiza os métodos ilegais de repressão: sequestro, tortura e execução dos opositores.
![Fotografia de Marighella na redação do Jornal do Brasil em 1964](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/3---Fotografia-de-Marighella-na-redacao-do-Jornal-do-Brasil-em-1964-768x509.jpg)
Carlos Marighella toma a Rádio Nacional
Marighella e seus companheiros da Aliança Libertadora Nacional (ALN) tomam a Rádio Nacional, em São Paulo, e divulgam um manifesto.
Costa e Silva fica doente
Depois de sofrer uma trombose cerebral, o general Costa e Silva é afastado da Presidência. O seu vice-presidente civil, Pedro Aleixo, é impedido de tomar posse.
O Brasil passa a ser governado por uma Junta Militar
A Junta Militar é composta pelos ministros Aurélio Lyra Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Souza Mello (Aeronáutica).
![Os 15 presos políticos libertos em decorrência do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1---Os-15-presos-politicos-libertos-em-decorrencia-do-sequestro-do-embaixador-norte-americano-768x412.jpg)
Sequestro do embaixador norte-americano Elbrick
Guerrilheiros do MR-8 e da ALN sequestram, no Rio, o embaixador dos EUA no Brasil, Charles Burke Elbrick. Em troca, conseguem a libertação de 15 presos políticos que são enviados ao México.
Pena de morte e banimentos
Com o AI-13 e o AI-14, o Brasil passa a ter pena de morte, além de banimentos de presos políticos soltos em troca de embaixadores sequestrados.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/640px-Virgilio_Gomes_da_Silva_-_CNV-SP.jpg)
O primeiro "desaparecido político"
O comandante do sequestro do embaixador Charles Elbrick, Virgílio Gomes da Silva, é preso e morto sob tortura nas dependências da Oban, em São Paulo. Ele é considerado o primeiro desaparecido político brasileiro.
![Matéria da Folha de São Paulo estampa a posse de Médici em outubro de 1969](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Materia-da-Folha-de-Sao-Paulo-estampa-a-posse-de-Medici-em-outubro-de-1969-768x511.jpg)
Médici, mais um general-presidente eleito indiretamente
O general Emílio Garrastazu Médici é eleito presidente da República pelo Congresso, depois de ser escolhido pela alta oficialidade das Forças Armadas.
1.027 denúncias de torturas
A ditadura militar soma no fim do ano mais de mil denúncias de torturas.
A tortura começou antes do AI-5: 203 denúncias de tortura e 20 mortes só em 1964
Antes de completar um ano, a repressão do regime militar já somava 203 denúncias de torturas além de 20 mortes. O livro "Tortura e Torturados", do jornalista Márcio Moreira Alves, lançado em 1966, relatando casos ocorridos a partir de 1964, causou grande impacto na opinião pública.
![Augusto Boal durante ensaio](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Augusto-Boal-durante-ensaio-768x557.jpg)
Arena conta Zumbi
Marco do Teatro de Arena, dirigido por Augusto Boal. O objetivo era fazer com que o público se divertisse, mas ao mesmo tempo se conscientizasse politicamente, a partir da saga do Quilombo de Palmares, com referências cifradas ao contexto político pós-Golpe. A peça terminava com o refrão: "É um tempo de guerra, é um tempo sem sol...".
![Trecho do Ato Institucional nº2](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Trecho-do-Ato-Institucional-n2-768x1125.jpg)
Promulgado o AI-2
O poder do Presidente é ainda mais fortalecido, os partidos são dissolvidos, a eleição presidencial passa a ser indireta e a Justiça Militar pode processar civis acusados de crimes políticos. O Ato começa com uma frase que acaba com as ilusões dos que achavam que o governo militar era transitório: "Não se disse que a Revolução foi, mas que é e continuará..."
A violência do Estado
No fim de 1965, são registradas oficialmente 83 denúncias de torturas e 3 mortes. Presos políticos começam a aparecer enforcados nas celas
O terceiro Ato Institucional
Os governos dos Estados e os prefeitos passam a ser eleitos indiretamente. O Poder Executivo ganha força a cada novo ato baixado.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/lossy-page1-640px-Censura_ao_teatro_AN_911.tif.jpg)
Morte e Vida Severina
É encenada em São Paulo a peça Morte e Vida Severina, baseada em poema de João Cabral de Melo Neto, e com música de Chico Buarque de Hollanda, jovem compositor que era um dos destaques da "geração dos festivais da canção" veiculados pelas televisões Record, Excelsior e Globo. Nascia a Música Popular Brasileira (MPB), marcada pela crítica ao regime militar e pela denúncia das injustiças sociais.
![Hugo Banzer, Juan María Bordaberry, Ernesto Geisel e Augusto Pinochet](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/10---Da-esquerda-para-a-direita--Hugo-Banzer-Juan-Maria-Bordaberry-Ernesto-Geisel-Augusto-Pinochet-768x512.jpg)
O regime militar brasileiro vira modelo para a América Latina
Na Argentina, o levantamento militar liderado pelo general Juan Carlos Onganía derrubou o presidente Arturo Illia. Em 1971, seria a vez da Bolívia, seguida por Uruguai e Chile em 1973. Em 1976, um novo golpe na Argentina aprofunda o "terror de Estado" como método de combate aos opositores.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Mao_Tse-Tung_leader_of_Chinas_Communists_addresses_some_of_his_followers-768x625.jpg)
A Grande Revolução Cultural Proletária abala o mundo comunista
Liderada por Mao Tse Tung, a Revolução Cultural (1966-1969) pretendia mudar a cara do comunismo chinês e mundial, expandindo a ideia de coletivização e acabando com as hierarquias burocráticas e sociais. Os resultados, entretanto, acirraram a luta pelo poder dentro do Partido Comunista Chinês e levaram a muitos expurgos de antigos revolucionários.
A Revolução Brasileira
Em sua obra “A Revolução Brasileira”, Caio Prado Jr. critica as teses "etapistas" e as alianças de classe do Partido Comunista Brasileiro, tornando-se um dos símbolos do grande debate interno que tomou conta da esquerda brasileira depois da derrota de 1964.
![O ministro Jarbas Passarinho cumprimenta o presidente Costa e Silva](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/11/O-ministro-Jarbas-Passarinho-cumprimenta-o-presidente-Costa-e-Silva-768x471.jpg)
Costa e Silva é o novo presidente
Saudado por parte da imprensa que havia apoiado o golpe mas se decepcionará com a política econômica do governo Castello Branco, o general Artur da Costa e Silva é eleito indiretamente pelo Congresso, prometendo retomar o crescimento econômico e "humanizar" o regime. A primeira promessa foi cumprida, já a segunda...
![Interpretação de Roda Viva por Chico Buarque e o quarteto MPB4](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Interpretacao-de-Roda-Viva-por-Chico-Buarque-e-o-quarteto-MPB4-no-Festival-da-Musica-de-1967-768x499.jpg)
Chico Buarque vence o Festival de Música Popular Brasileira
Com a música “A Banda”, Chico Buarque de Hollanda venceu o festival de música popular brasileira da Record. Mas dividiu o prêmio e a preferência do público com a canção "Disparada", de Geraldo Vandré, defendida no festival por uma interpretação de Jair Rodrigues que marcou época.
Liberação feminina
As mulheres saem às ruas por seus direitos em todo o mundo. Esse processo também é marcado pelo lançamento da minissaia, pelo uso disseminado da pílula anticoncepcional e pela liberação de costumes.
![Forças policiais em ação contra manifestantes](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/7---Forcas-policiais-em-acao-contra-manifestantes-um-dia-antes-da-violencia-empreitada-durante-a-sexta-feira-sangrenta-768x576.jpg)
Violência de Estado
Ao fim de 1966, os números oficiais somam 66 denúncias de torturas e 2 mortes.
![Posse de Costa e Silva como o segundo presidente da Ditadura, Brasília.](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/7---Posse-de-Costa-e-Silva-como-o-segundo-presidente-da-Ditadura-768x568.jpg)
Posse de Costa e Silva
A "posse da esperança", como a definiu parte da imprensa simpática aos militares, prometia ampliar o diálogo entre governo e sociedade. Mas os acontecimentos ao longo do governo Costa e Silva tomaram outros rumos.
![Che Guevara e Fidel Castro](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Che-Guevara-e-Fidel-Castro-768x496.jpg)
Che Guevara é assassinado
É o fim do sonho do guerrilheiro de liderar uma nova revolução na América Latina, depois da vitória em Cuba. Ernesto Che Guevara é capturado e assassinado na Bolívia.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/cruzeiro-novo-1967.png)
Economia com pouca saúde
O cruzeiro novo tem seu primeiro ano com 25% de inflação e PIB de 4,2%.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Vietnam_War_protestors_at_the_March_on_the_Pentagon.jpg)
Movimento hippie pede fim da guerra no Vietnã
A juventude norte-americana começa a se rebelar contra a convocação para a Guerra no Vietnã, travada desde 1965 pelas tropas estadunidenses para combater a expansão do comunismo na Ásia.
Militantes do PC do B no Araguaia
O PC do B envia os primeiros militantes para a região do Rio Araguaia, no Norte do país, para a estruturação da que ficaria conhecida como Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, várias organizações de esquerda preparavam-se para a luta armada contra o regime. A maior parte atuaria nas cidades realizando ações de "propaganda armada", ao contrário do PC do B que conseguiu manter suas bases no campo sigilosas até 1971.
![Grevistas são presos em Osasco em 1968](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Grevistas-sao-presos-em-Osasco-em-1968-768x511.jpg)
Greve dos trabalhadores da Cobrasma em Osasco (SP)
O ano de 1968 também marcaria a volta da classe operária à cena social e política, protagonizando duas greves que ficaram famosas, em Contagem (MG) e Osasco (SP). Para a esquerda, era o início de uma grande revolta popular contra o arrocho salarial e a repressão policial do regime.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Edson-Luiz.png)
PM mata o estudante Edson Luís
O estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto é assassinado por policiais militares durante um confronto no restaurante Calabouço, no centro do Rio de Janeiro.
![Corpo do estudante Edson Luís](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/3---Corpo-do-estudante-Edson-Luis-sendo-velado-por-estudantes-768x564.jpg)
Enterro de Edson Luís
Ao todo 60 mil pessoas foram ao enterro de Edson Luís. Seguem-se manifestações e protestos em várias cidades do país, aumentando o protesto estudantil contra o regime que já vinha acontecendo desde 1966. Os militares reprimem duramente as manifestações.
![Estudantes presos durante manifestação](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/12/Estudantes-presos-durante-manifestação-768x551.jpg)
Repressão às passeatas
O Ministro da Justiça determina que as passeatas estudantis sejam proibidas e reprimidas.
![Padres se colocam diante da cavalaria da Polícia no Rio de Janeiro](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1---Padre-se-colocam-diante-da-cavalaria-da-Policia-no-Rio-de-Janeiro-768x512.jpg)
Missas reprimidas
As missas celebradas para Edson Luís na Igreja da Candelária, no Rio, são reprimidas violentamente.
Martin Luther King é assassinado
O líder do Movimento pelos Direitos Civis dos negros estadunidenses é assassinado.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Hair_Broadway_Aktuil-052-1970.jpg)
Contracultura
Na Broadway e com nu explícito, estreia o rock-musical Hair, um dos maiores sucessos da década, que critica a Guerra do Vietnã.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Les_Katangais_a_la_Sorbonne_le_11_juin_1968.jpg)
Maio de 68
É maio de 1968, começam os conflitos de rua em Paris e pelo mundo afora. Estudantes ocupam a tradicional Universidade Sorbonne.
A luta armada ganha o noticiário
A luta armada contra a ditadura cresce e se organiza. Tornam-se públicas e notórias as ações da ALN (Ação Libertadora Nacional) e da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). A primeira era uma dissiência do Partido Comunista Brasileiro, que não apoiava a luta armada contra o regime, enquanto a segunda era resultado da fusão de grupos socialistas com militares nacionalistas expulsos das Forças Armadas.
![Os mutantes e Gilberto Gil](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Os-mutantes-e-Gilberto-Gil-768x580.jpg)
Tropicália ou Panis et Circenses
Começam as gravações do álbum que seria o maior manifesto musical do movimento tropicalista que reunia músicos, artistas plásticos, dramaturgos e cineastas. Os músicos tropicalistas, liderados por Caetano Veloso e Gilberto Gil eram críticos do nacionalismo cultural da MPB e da estética convencional da canção de protesto. Queriam criticar o regime, mas também chocar os padrões comportamentais e morais da direita e da esquerda.
![Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1---Passeata-dos-Cem-Mil-no-Rio-de-Janeiro-768x511.jpg)
Passeata dos 100 mil
Mais de 100 mil pessoas saem às ruas do Rio de Janeiro, contra a violência policial e em defesa da democracia.
Ação da VPR mata um e fere seis
Membros da VPR lançam um carro-bomba, sem motorista, contra o Quartel General do 2º Exército em São Paulo. Na ocasião, é morto o soldado Mário Kozel Filho, jovem recruta.
![Zé Celso foi o responsável por dirigir Roda Viva, peça escrita por Chico Buarque de Holanda](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Ze-Celso-foi-o-responsavel-por-dirigir-Roda-Viva-768x400.jpg)
Teatro Galpão depredado
O teatro onde era encenada a peça “Roda Vida”, de Chico Buarque de Holanda, é depredado e seus os atores são espancados, dando início a uma onda de violência contra os teatros no Brasil.
![Cantor e compositor Geraldo Vandré](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Cantor-e-compositor-Geraldo-Vandre-768x492.jpg)
“Sabiá”, de Tom e Chico vence o 3º Festival Internacional da Canção
Muitas vaias foram ouvidas quando "Sabiá" foi anunciada como vencedora – Cynara e Cybele, as intérpretes, mal conseguiram cantá-la. Em segundo lugar ficou “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, a preferida do público estudantil de esquerda.
![Estudantes são enfileirados por Polícias durante a repressão ao Congresso de Ibiúna em 1968](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Estudantes-sao-enfileirados-por-Policias-durante-a-repressao-ao-Congresso-de-Ibiuna-em-1968-768x512.jpg)
Congresso da UNE em Ibiúna
A polícia descobre o local do Congresso clandestino da UNE, invade o sítio de surpresa, e prende 920 estudantes. A partir daí, a parte do movimento estudantil que defendia a luta armada, paradoxalmente, sai fortalecida, em detrimento daqueles que queriam priorizar ações políticas de massa.
![O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/Doc.2---O-Arcebispo-de-Olinda-e-Recife-768x461.jpg)
Casa do arcebispo é metralhada
A casa do arcebispo dom Hélder Câmara, em Recife, é metralhada. No ano seguinte, um dos seus principais auxiliares, Padre Henrique é assassinado por paramilitares. A alta cúpula da Igreja Católica, que não condenara o golpe de 1964, começava a se afastar do regime.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/08/Richard_Nixon_greeted_by_children_during_campaign_1972.png)
Nixon eleito
O republicano e conservador Richard Nixon é eleito presidente dos EUA. A partir daí, a política anticomunista dos EUA para a América latina se tornaria ainda mais agressiva.
Luta armada soma 50 ações
Em dois anos, os grupos de esquerda somam 50 ações armadas. A maior parte era de assaltos a bancos, as chamadas "expropriações" para coletar fundos, mas também houve atentados a bomba contra alvos políticos e militares e algumas escaramuças contra as forças de segurança do regime. A partir de 1969, o repertório de ações incluiria sequestros de embaixadores para serem trocados por prisioneiros políticos.
![Matéria principal da edição do Estado de São Paulo no dia 14 de dezembro de 1968.](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/6---Materia-principal-da-edicao-do-Estado-de-Sao-Paulo-768x1168.jpg)
O AI-5 é baixado
É baixado o AI-5, que iniciou o momento mais duro do regime, dando ainda mais poder aos militares, para punir arbitrariamente os que fossem considerados inimigos. Até o Habeas Corpus, tradicional instrumento jurídico para libertar presos, é declarado inválido para crimes políticos. Até os liberais, que haviam apoiado o golpe, admitem que o regime se tornara, efetivamente, uma ditadura militar, sem maiores sutilezas.
![Os Doces Bárbaros, Gal, Gil, Bethânia e Caetano](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/3-Os-Doces-Barbaros-768x1152.jpg)
Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos no Rio
Os músicos baianos, símbolos da Tropicália, são presos por 3 meses, sem acusação formal. Depois, seguem para o exílio.
Começa o “milagre econômico”
Indústria responde aos investimentos e cresce. PIB fecha o ano com 9% de crescimento e a inflação fica em 25%.
Artistas são obrigados a deixar o país
Gil e Caetano partem para Londres, na Inglaterra, e Chico Buarque vai para Roma, na Itália.
![Carlos Lamarca em treinamento com funcionárias do Bradesco](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1-Carlos-Lamarca-em-treinamento-com-funcionarias-do-Bradesco-768x1026.jpg)
O capitão Lamarca se torna guerrilheiro
Carlos Lamarca, capitão do Exército Brasileiro, tido como militar exemplar, adere à guerrilha, levando consigo um caminhão carregado de armas e munições do Quartel de Quitaúna, em Osasco (SP). Ao lado de Carlos Marighela, Lamarca se torna a figura mais célebre da guerrilha brasileira.
Professores universitários perseguidos pelo regime
Com o AI-10, centenas de professores são aposentados em todo o país. A repressão avança sobre o meio intelectual e cultural. A cisão entre o regime e o meio intelectual e artístico aumenta ainda mais.
![Capa do Pasquim em 1969](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/4---Capa-do-Pasquim-em-1969-768x1010.jpg)
Primeiro número d'O Pasquim chega às bancas
O Pasquim, conciliando humor político e comportamental, torna-se um marco da imprensa alternativa, lutando contra a censura e contra a repressão.
Surge a Operação Bandeirante (Oban)
A Oban, operativo policial-militar de combate à luta armada, sistematiza os métodos ilegais de repressão: sequestro, tortura e execução dos opositores.
![Fotografia de Marighella na redação do Jornal do Brasil em 1964](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/3---Fotografia-de-Marighella-na-redacao-do-Jornal-do-Brasil-em-1964-768x509.jpg)
Carlos Marighella toma a Rádio Nacional
Marighella e seus companheiros da Aliança Libertadora Nacional (ALN) tomam a Rádio Nacional, em São Paulo, e divulgam um manifesto.
Costa e Silva fica doente
Depois de sofrer uma trombose cerebral, o general Costa e Silva é afastado da Presidência. O seu vice-presidente civil, Pedro Aleixo, é impedido de tomar posse.
O Brasil passa a ser governado por uma Junta Militar
A Junta Militar é composta pelos ministros Aurélio Lyra Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Souza Mello (Aeronáutica).
![Os 15 presos políticos libertos em decorrência do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/1---Os-15-presos-politicos-libertos-em-decorrencia-do-sequestro-do-embaixador-norte-americano-768x412.jpg)
Sequestro do embaixador norte-americano Elbrick
Guerrilheiros do MR-8 e da ALN sequestram, no Rio, o embaixador dos EUA no Brasil, Charles Burke Elbrick. Em troca, conseguem a libertação de 15 presos políticos que são enviados ao México.
Pena de morte e banimentos
Com o AI-13 e o AI-14, o Brasil passa a ter pena de morte, além de banimentos de presos políticos soltos em troca de embaixadores sequestrados.
![](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/09/640px-Virgilio_Gomes_da_Silva_-_CNV-SP.jpg)
O primeiro "desaparecido político"
O comandante do sequestro do embaixador Charles Elbrick, Virgílio Gomes da Silva, é preso e morto sob tortura nas dependências da Oban, em São Paulo. Ele é considerado o primeiro desaparecido político brasileiro.
![Matéria da Folha de São Paulo estampa a posse de Médici em outubro de 1969](https://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2023/10/2---Materia-da-Folha-de-Sao-Paulo-estampa-a-posse-de-Medici-em-outubro-de-1969-768x511.jpg)
Médici, mais um general-presidente eleito indiretamente
O general Emílio Garrastazu Médici é eleito presidente da República pelo Congresso, depois de ser escolhido pela alta oficialidade das Forças Armadas.
1.027 denúncias de torturas
A ditadura militar soma no fim do ano mais de mil denúncias de torturas.