Augusto Boal (Augusto Pinto Boal, Rio de Janeiro, 1931-2009). Augusto Boal era formado em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro quando embarcou para Nova York, com o objetivo de estudar teatro na Universidade de Columbia. Na volta, assumiu a direção do Teatro de Arena, em São Paulo, em parceria com José Renato. Investiu na formação dos integrantes do grupo, ensinando o método desenvolvido pelo russo Constantin Stanislavski, que ele tinha aprendido nos Estados Unidos.
Logo depois do Golpe de Estado, Boal foi para o Rio de Janeiro, onde dirigiu o show Opinião, iniciativa de artistas e autores ligados ao CPC da UNE, que havia sido colocado na ilegalidade. De volta a São Paulo, montou, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, uma peça inspirada na história do Quilombo de Palmares, Arena Conta Zumbi (1965). Naquele momento, criou o Sistema Coringa, que permite aos atores se revezar entre diversos papeis. Quando o AI-5 foi decretado, o Arena excursionou pelo exterior. Na volta, em 1970, criou o Teatro Jornal – 1a Edição, antes de ser preso, em 1971.
Exilado, viveu na Argentina, em Portugal e na França. Foi durante o exílio que ele desenvolveu as bases conceituais do Teatro do Oprimido, método teatral ligado ao teatro de resistência, a Bertolt Brecht e aos movimentos de vanguarda surgidos na Rússia e na Alemanha nos anos 1930. O objetivo do Teatro do Oprimido é suscitar a tomada de consciência e a mobilização política. Ele voltou ao Brasil em 1984, depois da anistia. Em 1986, fundou o Centro de Teatro do Oprimido.