O corpo é a obra foi concebido em 1970, após o AI-5 ter interditado grande parte das vias de comunicação artística. Antonio Manuel apresentou seu corpo como uma obra de arte, usando suas medidas para definir as dimensões da obra, mas foi rejeitado pelo júri do 19º Salão Nacional de Arte Moderna. No dia da abertura do salão, Antonio Manuel se despiu e fez poses como se fosse uma escultura, na sala de exposição. Dessa obra temporária, desse gesto efêmero, teve origem uma obra de arte tangível chamada “Corpobra”. Esse objeto é uma caixa vertical de madeira, de dois metros de altura com a ampliação da foto do artista posando nu no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). O pênis está censurado por uma tarja preta e a palavra “corpobra” se sobrepõe à tarja, no lugar onde estaria escrito “censurado“. A metade inferior é preenchida com serragem. Como as cabines, a obra foi projetada para haver uma interação com o espectador. Uma alavanca na parte de trás aciona um mecanismo que faz baixar uma segunda foto do artista, totalmente nu. A obra é uma crítica à repressão de idéias. Na forma, poderia ser considerada uma extensão de trabalhos construtivistas.